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sexta-feira, 18 de março de 2016

TENSÃO, MANOBRAS E DIREITO

   Ontem o País teve mais um dia intenso. Posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, suspensão da nomeação, abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e manifestações País afora, inclusive com enfrentamento. O clima está tenso, os ânimos estão acirrados e, portanto, é preciso maturidade e calma para avaliar todos esses acontecimentos. No entanto, a velha máxima de que “nada é tão ruim que não pode ser piorado” cai como uma luva neste atual momento. 
   De qualquer forma, o governo parece ter chegado ao fim. Embora a presidente Dilma , Lula e o Partido dos Trabalhadores queiram dar uma sobrevida ao mandato presidencial e se agarrem a o único fio restante, não há sequer condições para isso. Lula chegou ao governo totalmente enfraquecido após as divulgações das suas conversas telefônicas. Além das questões legais – da tentativa de obstrução da Justiça e de usar sua influência para barrar as investigações da Lava Jato -, o que se ouviu foi uma série de palavras de baixo calão e de falas que desqualificam totalmente seus próprios aliados e o Supremo Tribunal Federal – instância máxima do Judiciário brasileiros. 
   Portanto, Lula assume uma cadeira no ministério totalmente enfraquecido. Bem menor do que o planejado e incapaz de reavivar o atual governo. Tanto que ontem mesmo a Câmara dos Deputados instaurou o processo de impeachment. O relator é tido como um dos nomes mais próximos do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB – RJ), deputado Jovair Arantes (GO), que está em franca guerra com o Planalto. Agora, cabe à população acompanhar todo o processo e o posicionamento dos deputados. 
   É hora de cobrar uma posição firme. Ninguém pode ser favorável a todos esses escândalos de corrupção, a governantes que estão dispostos a qualquer ato para se manter no poder. Ministério não é lugar para réus da Justiça, para pessoas que estão sendo investigadas. Cabe sim à população o direito de se manifestar, de exigir mudanças e de pressionar o Judiciário e o Congresso para impedir a continuidade de tudo isso. Não se pode esmorecer. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 18 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA

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