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quinta-feira, 17 de março de 2016

CARTA AO GOLPISTA LULA



   Lula, 

   Tenho grande orgulho por morar em Londrina, a cidade que fez a maior manifestação contra o PT no dia 13 de março. Você a conhece. Alguns de seus principais companheiros são daqui. Mas não é deles que quero falar agora. É de você. 
   Existe uma frase atribuída erroneamente a Lênin, mas que define com perfeição no partido que você comanda: “Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é”. De tanto falar em golpe, Lula, você se tornou o grande golpista. Depois de golpear nossa economia, nossas instituições, nossa moral e nossa inteligência, você quer golpear nossa esperança. Mas o que aconteceu comigo domingo o impedirá de cometer mais essa hediondez.
   Ao contrário do que você e seus companheiros imaginam, refugiar-se no Palácio do Planalto não o transforma em um lugar seguro; transforma-o em uma prisão. A partir de hoje, você pretende governar o Brasil a partir de uma penitenciária de segurança máxima. Uma situação que nos envergonha diante do mundo, mas principalmente diante dos nossos filhos .  Como vamos explicar a eles que um ex-presidente, com medo da Justiça, refugiou-se no palácio presidencial? Nem os mais delirantes contos de fada chegariam a tamanho absurdo. A ficção fantástica é incapaz de conceber uma covardia tão grande. Suas algemas, Lula, são suas vaidades. 
   A maior vergonha de minha vida é um dia ter acreditado em você. Ilusão que pode ser atribuída aos ímpetos da juventude, porém nunca deixará de ser vexaminosa. Lembro-me do seu comício na Avenida Paraná, em 1989, e de um outro comício na Praça da Sé, em 1990, aos quais estive presente com entusiasmo. Quase trinta anos depois, São Paulo (a cidade em que nasci) e Londrina (a cidade que escolhi) fizeram as mais belas e emocionantes condenações de tudo aquilo que você e o seu partido representam. 
   Não se você sabe, Lula, mas a palavra sinistro quer dizer esquerda. Também é sinônimo de incêndio, destruição, desalento. Por isso, hoje e amanhã eu vou me vestir de luto – enquanto você alimenta a ilusão de ter vencido um país inteiro. 
   Sabe quando desistiremos, Lula? NUNCA. ( FONTE: Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br página 3, caderno FOLHA CIDADES, espaço coluna AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet, quinta-feira, 17 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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