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quarta-feira, 30 de março de 2016

OFICIALMENTE FORA



   Os 13 anos de parceria PT-PMDB chegaram oficialmente ao fim ontem. Em uma reunião relâmpago, o partido aprovou uma moção que determina a entrega de todos os cargos no Executivo e a punição de quem desobedecer a ordem. O “desembarque” do governo estava sendo ensaiado há algum tempo e, se ocorreu nessa semana, é porque o PMDB não acredita na manutenção de Dilma Rousseff (PT) na Presidência. Aliás, analistas já sinalizaram que as chances da presidente permanecer no cargo são mínimas. 
   Sem apoio político e popular e com as revelações e os desdobramentos da Operação Lava Jato dificilmente Dilma terá sustentação. O PT sabe disso, tanto que agora negocia individualmente com os ministros filiados ao PMDB. Além das cadeiras principais da Esplanada, são cerca de 500 cargos em outros escalões. Na reunião ficou definido que as cadeiras ocupadas pelo partido devem ser entregues até 12 de abril – data próxima à prevista para a votação do impeachment da presidente. 
   Sem o PMDB é provável que outros partidos aliados também deixem a base governista. Tanto que o Planalto ontem se apressou para editar uma edição extra do “Diário Oficial” para apressar a liberação de verbas orçamentárias, incluindo projetos de interesse de deputados e senadores. Por meio de portaria, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, ampliou os limites de desembolso mensal para oito ministérios e para operações de empréstimos. Até abril, os gastos das pastas da Educação, Defesa, Transportes, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Planejamento e Advocacia-Geral da União poderão ser ampliados em até R$ 1,8 bilhões.
   É uma tentativa de angariar apoio dos deputados. No entanto, para a maioria dos membros do Legislativo brasileiro tão importante quanto quem ocupa o cargo máximo da administração federal é quem ocupará de fato. Agora, parece pouco provável essa continuidade. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br quarta-feira. 30 de março de 2016. Publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).     

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