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sexta-feira, 11 de março de 2016

NÃO QUERO IR PRA CUBA


   O londrinense Marcos Ursi é um daqueles raros e corajosos professores de história não-esquerdistas. Nas últimas férias, ele esteve em Cuba e viu de perto o fracasso da ilha socialista. “Assim que cheguei a Cuba, tive a impressão de estar em um país que acabou de sair de uma guerra civil”, conta Marcos. “Havana parece uma cidade bombardeada.”
   Esse é o destino comum de todos os países que adotaram o socialismo até hoje: incapaz de produzir as mínimas condições dignas de sobrevivência para as pessoas, o Estado revolucionário entra em guerra contra o próprio povo. 
 O resultado catastrófico dos 57 anos de socialismo cubano deveria ser uma advertência para todos nós – mas não é. O governo de nosso país não apenas adota Cuba como um modelo de sociedade, como também coloca o Estado brasileiro a serviço da ditadura castrista. 
   “Vai para Cuba!” é uma frase que os esquerdistas brasileiros têm ouvido constantemente. Mas o risco atual é que Cuba venha até nós.
   Falo por experiência própria. Minha conta bancária está ficando muito parecida com um cartão de racionamento cubano. Por toda parte, vejo o surgimento de pequenas Cubas. A cada empresa que fecha as portas, a cada família que se endivida, a cada trabalhador que perde o emprego, escreve-se mais um linha na terrível história da cubanização do Brasil. 
   Há uma Cuba nas palavras dos dirigentes partidários que se consideram acima da lei e da Justiça. Há uma Cuba na absoluta discrepância entre a propaganda oficial e a realidade cotidiana das pessoas. Há uma Cuba em cada mentira, em cada xingamento, em cada punho erguido, em cada bandeira do Brasil queimada por militantes em praça pública. Há uma Cuba nos sindicatos, nos movimentos sociais, nos pães com mortadela. Há uma Cuba na ideologia de gênero e na negação do óbvio. Há uma Cuba no silêncio diante dos crimes cometidos por companheiros. Haviam um Cuba naqueles petistas que vaiaram a mãe do juiz Sérgio Moro em Maringá. Se você quer uma Cuba, olhe em volta: há várias. 
   No ano passado, um novo shopping foi inaugurado em Londrina, com 97 lojas. Hoje restam abertas apenas duas. Penso naquelas 95 famílias que tiveram seus sonhos cortados e conclua que elas agora fazem da imensa Cuba que cresce no Brasil. Os companheiros não descansarão enquanto não tornarem o nosso país uma mistura de Brasília, Memorial da América Latina e lavouras destroçadas. 
   Em Havana, o professor Marcos Ursi conheceu Julio, um cubano de 45 anos – por acaso a minha idade. Julio foi sincero: “Sabe qual é o maior problema de viver em Cuba? É que eu sei que um dia as coisas vão mudar, mas eu não estarei mais aqui. A vida é uma só, e eu não posso esperar”.
   Nós também não podemos esperar. Queremos nosso país de volta – e o nome dele não é Cuba. ( FONTE: Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br página 3, caderno FOLHA CIDADES, coluna AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet, sexta-feira. 11 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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