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terça-feira, 15 de março de 2016

LULA NO FOCO


   No dia seguinte ao maior protesto já realizado na história do País, as articulações políticas – como era de se esperar – não pararam. O foco das atenções mais uma vez foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Polícia Federal (PF) divulgou o seu depoimento, colhido por meio de condução coercitiva recentemente, e ele afirmou categoricamente que será candidato em 2018 e que investigá-lo por conta do tríplex em Guarujá (SP) é “sacanagem homérica” da PF. Entre outras pérolas, ainda disse que o apartamento de 215 metros quadrados é pequeno, com muitas escadas e o chamou de “Minha Casa, Minha Vida”.
   O depoimento sugere um ex-presidente totalmente desconectado da realidade. Lula disse acreditar que não poderia ser investigado porque “tirou milhões de brasileiros da pobreza”. Os programas sociais realmente foram importantes no seu governo, mas a concessão desse benefício não lhe garante o direito de praticar diversos atos ilícitos, como apontam vários depoimento colhidos de réus presos pela Operação Lava jato. Se todos são iguais perante a lei, como sacramenta a Constituição Federal, Lula deve explicações à Justiça e não pode se recusar a fazê-lo. Ninguém está – ou deveria estar – acima do bem e do mal. 
   No entanto, é fator preocupante boatos que começaram a circular ontem de que o ex-presidente irá aceitar um cargo no governo Dilma Rousseff (PT). O status de ministro o livraria da investigação do juiz federal Sérgio Moro. Ontem a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira também decidiu transferir para Curitiba o pedido de prisão feito pelo Ministério Público de São Paulo que apura o caso do “tríplex do Guarujá”. Seria a última cartada dos petistas e praticamente uma confissão pública do ex-presidente.
   No entanto, é importante que a sociedade continue a se posicionar contrariamente a essa nomeação. Não é possível que uma pessoa sob suspeição da Justiça seja nomeado para um cargo público. É uma atitude totalmente contrária ao atual momento, que pede mais ética. Será preciso pressionar ainda mais ou o governo se recusa a ouvir a voz das ruas? ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 15 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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