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quarta-feira, 2 de março de 2016

ANO NOVO, PORTUGUÊS NOVO


   Nessa primeira coluna do ano, vamos retornar um tema de que tratamos no fim do ano passado: a reforma ortográfica. Como você já sabe, a partir do início de 2016, passaram a valer definitivamente as novas regras de ortografia, definida pelo acordo assinado em 2009. É bom lembrar que, até o fim de 2015, estavam valendo as duas regras, a “antiga” e a “nova”. 
   Vamos, então, dar uma olhada nessas mudanças que, a partir de agora, são obrigatórias: 

O ALFABETO : As letras K, W e Y passaram a fazer parte, oficialmente, do nosso alfabeto. Embora já as usássemos em palavras como “show” e “kiwi”, elas eram terras estrangeiras. Agora, temos um alfabeto com 26 letras, em vez de 23. 

TREMA; Aquele dos pinguinhos em cima da letra U sumiram definitivamente. Tubo bem que muita gente já não usava mesmo, mas é um sinal que existia, servindo para indicar que o U seria pronunciado em palavras como “pinguim” ou “aquífero”. A partir de agora, devemos conhecer cada palavra, para saber que “linGUIça” e “”GUItarra” têm pronúncias diferentes.

ACENTUAÇÃO: Alguns acentos desapareceram, sendo que a maioria deles, na verdade, eram exceções das regras já existentes. Os casos que merecem mais atenção são os ditongos abertos das paroxítonas (“ideia, assembleia”, e “heroico”, entre outras, agora se escrevem sem acento); o duplo O (“voo”, “enjoo”, etc); e duplo E em verbos ( “leem”, “creem”, etc) e alguns acentos diferenciais (“pera”, “para” e “pelo” passam a ser escritos sempre do mesmo jeito, independente do significado).

HÍFEN – Esse é o ponto que acaba gerando mais dúvidas, já que algumas palavras perderam o hífen, enquanto que outras passaram a ser escritas com ele. Então, preste atenção a algumas regrinhas básicas: se prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com R ou S, não se usa o hífen e a consoante é dobrada (“antirroubo, “ultrassom”); o mesmo acontece se o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com uma vogal diferente (“autoajuda”, “semiaberto”); já no caso de vogais iguais, o hífen é necessário (“anti-inflamatório”, “micro-ônibus”). Há ainda alguns casos mais específicos, como as palavras compostas em que se perdeu em noção de composição, ou seja, nós não pensamos mais nas duas palavras separadamente, mas sim em uma coisa só, como em “paraquedas” ou “mandachuva”.
   No caso específico do hífen (mas também com relação aos outros), ficou determinado que as dúvidas seriam esclarecidas pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), responsável pela ortografia oficial de todas as palavras de nosso idioma. Então, em caso de dúvida, o melhor é fazer uma consulta lá, no site da Academia Brasileira de Letras (http://academia.org.br/). O vocabulário também está disponível como aplicativo para celulares e tablets, gratuitamente, (procure por VOLP).
Se você acompanha nossa coluna, já deve ter visto muitas vezes a recomendação “procure um dicionário”. Então, é muito importante chamar atenção para mais um detalhe: cuidado com a “idade” do seu dicionário, pois se ele é anterior a 2009, não traz as mudanças que citamos aqui, o que pode fazer com que você acabe cometendo erros em seu texto. Mesmo os dicionários citados depois disso (entre 2009 e 2015), só valem se tiverem a observação “de acordo com a nova ortografia”. 
Ainda tem dúvidas? Entre em contato através de nosso e-mail: bemdito14@gmail.com. Até a próxima terça! ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. Encaminhe suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com página 5, FOLHA 2,espaço BEM DITO, terça-feira, 1 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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