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sábado, 19 de março de 2016

A CRISE E A DENGUE


   Uma das semanas mais tensas da história do País e uma notícia importante pode ter passado desapercebido da maioria da população: Londrina enfrente uma epidemia de dengue. Desde agosto do ano passado (início do ciclo epidemiológico), foram confirmados 1.836 casos, dos quais apenas 33 são “importados”. Dessa forma, a incidência é de 328 confirmações por 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde define o quadro de epidemia com incidência de dengue a partir de 300 casos por 100 mil habitantes. 
   Dos 399 municípios paranaenses, 32 estão com quadro epidêmico da doença. É um número alto, principalmente se for considerado que a “explosão” de casos de dengue tem se repetido anualmente. É um problema recorrente que não se resolve. Falta de cuidado das autoridades ou de conscientização da população, o fato é que o mosquito “está vencendo a guerra”. Além disso, certamente a crise política e econômica enfrentada pelo Planalto influenciou na questão. 
   Reportagens anteriores da FOLHA já apontaram que a falta do inseticida malathion, utilizado nas ações de fumacê, há mais de um ano. Impossível não fazer qualquer relação com o aumento do número de casos. É só mais um episódio de irresponsabilidade do atual governo. Ações de combate e prevenção ao mosquito Aedes aegypti tem que contar com o engajamento da população, mas as autoridades públicas devem ser as indutoras. Não há outra solução. No entanto, a falta de ações nesse sentido contribuíram para proliferar o mosquito que ainda transmite a zika e a febre chikungunya. 
   Tanto a crise política como o avanço da dengue e das outras doenças é preocupante. Nos dois casos a população não pode descuidar. E, sempre é importante lembrar, que a participação é que faz toda a diferença. O descuido e o descaso é que levam a situações extremas, como as enfrentadas atualmente. A população tem o dever de fiscalizar e o direito de lutar pelas suas reivindicações. ( FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 19 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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