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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

VALOR DA LARANJA DE MESA INICIA O ANO EM ALTA

 
  Maior produtor de suco de laranja do País, Paraná varia entre a 4ª e 5ª posição no ranking nacional de produção da fruta

   Caixa de 20 quilos chega a R$ 16,62 em janeiro, enquanto média em dezembro fechou em R$ 15,53; preço da laranja para a indústria permanece estável

   A laranja de mesa começou em alta no Paraná. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o valor médio recebido pelo agricultor em janeiro fechou em R$ 16,62 a caixa de 20 quilos , ante R$ 15,53/caixa em dezembro e R$ 13,05 /caixa em janeiro de 2015. 
   Na média anual, o valor em 2015 está em R$ 16,62 caixa, ante R$ 13,73/caixa contabilizada no ano anterior. Para a laranja destinada à indústria, a média de preço deste ano manteve o mesmo valor se comparado ao mesmo período do ano passado, que fechou em R$ 15 a caixa de 40,8 quilos. Em relação a 2014, o valor anual pago pela indústria é R$ 5,06/caixa maior. Naquele período, a indústria pagava ao produtor R$ 9,94/caixa. Contudo, esses preços nem sempre condizem com a realidade, já que a maioria dos produtores faz acordos de preços com as indústrias.
   A baixa produção mundial da fruta, principalmente no estado norte-americano da Flórida, maior produtor da laranja, é um dos motivos pelo aumento dos preços. Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Deral, explica que no ano passado os produtores dos Estados Unidos sofreram com o Grrening (HLB), doença que afetou e muito a safra norte-americana. Segundo informação da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), com base nos dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a previsão da produção de laranja no estado da Flórida, está em 69 milhões de caixas de 40,8 quilos para a safra 2015/16. O volume vem se mantendo estável desde dezembro, mas é 29% menor que a previsão da temporada anterior, quando a estimativa ficou em 96,8 milhões de caixas. 

   DEMANDA

   Como os Estados Unidos e o Brasil são os principais exportadores do suco de laranja do planeta, a redução da oferta elevou o preço da fruta para a indústria, refletindo positivamente no valor da laranja de mesa. Atualmente, a União Europeia é o maior comprador mundial de suco concentrado. Andrade explica que em 2008, quando ocorreu a crise econômica mundial, o bloco reduziu as aquisições, que ficaram baixas por muito tempo. Hoje, salienta o agrônomo, o consumo da União Europeia voltou a crescer. Mas não há oferta o suficiente para atender o crescimento da demanda. 
   O Paraná é o segundo maior produtor de suco concentrado do País, perdendo somente para São Paulo. No ranking nacional de produção da fruta, o Estado varia entre a 4ª e a 5ª posição. A área de pomar do Paraná é de 26 mil hectares e a produção na safra passada foi de 950 mil toneladas. Para este ciclo, o Deral ainda não mensurou de quanto será a produção. 

   NA FAZENDA

   Manuel Francisco Campiolo, produtor de laranja em Rolândia (Norte), fechou o contrato coma indústria a R$ 14/caixa. O valor, na opinião dele, não é ruim, mas observa que o índice de produtividade é que dirá se ele terá ou não lucro no final da safra. Campiolo acredita que o produtor deve trabalhar em produzir mais, principalmente porque os insumos estão caros, devido à valorização do dólar frente ao real. 
   Com o câmbio valorizado, o produtor comenta que os custos de produção aumentaram porque muitos insumos são importados. Elevar o índice de produtividade é a única solução para que o produtor eleve os seus ganhos. Investir em um manejo adequado com uma boa adubação, adequação de solo e tratamento sanitários são as ferramentas utilizadas que ajudam a aumentar a produtividade. Neste momento de entressafra, Campiolo aproveita para potencializar esses cuidados. Ao todo ele possui 60 hectares de pomar.  

 
Fonte: Deral                                Folha Arte
(RICARDO MAIA - Reportagem Local, caderno Folha Economia & Negócios, página 4, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA.

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