REPERCUSSÃO MUNDIAL

   Os desvios de dinheiro da Petrobras revelados pela Operação Lava Jato ganharam repercussão mundial. Em votação popular promovida pela ONG Transparência Internacional, o escândalo protagonizado pela estatal brasileira foi eleito o segundo maior caso de corrupção no mundo, ficando atrás apenas do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, acusado de ter desviado recursos milionários para sua conta privada. A ONG, com sede na Alemanha, faz relatórios anuais de índices de percepção de corrupção. No último levantamento, o Brasil apareceu na 76ª posição entre 168 países.

   A lista faz parte da campanha “Desmascare os Corruptos”. Desde outubro mais de 4,5 milhões de pessoas participaram e indicaram casos de corrupção ao redor do mundo. A investigação da Petrobras supera outros sete casos de grande repercussão, como o da Fifa (que já comprovou 81 casos de lavagem de dinheiro), e do ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli, que teria desviado US$ 100 milhões do dinheiro público. 

   A partir do resultado da pesquisa, pode-se chegar a duas conclusões: a de que os brasileiros participaram maciçamente da pesquisa e votaram demonstrando toda sua indignação contra os desvios do dinheiro da Petrobras ou as investigações chamam atenção em todo o mundo. Sempre é importante frisar que a corrupção provoca danos perversos à toda a sociedade. Desvios de dinheiro de obras públicas tiram recursos de toda a população porque deixa-se de investir em benefício de todos. 

   É por causa desse comportamento, tão arraigado na cultura nacional, que a saúde e a educação são de péssima qualidade, que faltam recursos para a merenda escolar e para medicamentos em postos de saúde e que importantes obras de infraestrutura deixam de ser feitas. Se o momento é de indignação com a situação do País, torna-se necessário que a população passe a fiscalizar efetivamente os atos dos gestores públicos. Somente a participação popular é que vai mudar essa condição. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, sábado, 13 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).