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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

REAJUSTE DE SALÁRIOS E CUSTOS


   Em um momento de grave crise econômica, o Ministério da Educação anunciou um reajuste de 11,36% para o piso salarial dos professores. O índice definido está acima da inflação oficial do período, que ficou em 10,67%.  Dessa forma, o novo piso passa R$ 2.135,64 – a menor remuneração prevista para docentes da educação básica com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais. 
Segundo o Ministério, o índice é definido a partir da variação em um ano so gasto por aluno no Fundeb (fundo composto por impostos de Estados, Municípios e União e destinados à educação básica). O piso era uma reivindicação antiga da categoria e procura igualar o salário dos professores aos demais profissionais. É uma conquista importante, mas o anúncio desagradou os Estados, que efetivamente terão que arcar com os custos. 
   É claro que todos defendem a valorização do magistério. Os professores formam uma importante classe profissional, que atua na formação direta das pessoas. É uma reivindicação justa.  No entanto, é preciso refletir sobre o momento atual. Parece simples ao governo federal que em uma “canetada” defina um índice de reajuste que não irá arcar. A conta não pode continuar caindo para os Estados e a população precisa ter maturidade para discernir sobre isso.
   O ano é de crise e a arrecadação de impostos vem registrando sucessivas quedas. Além disso, o próprio governo federal vem reduzindo a cota do Fundo de participação dos Municípios, deixando muitas prefeituras em situação complicada, principalmente as menores , que são as maiores prejudicadas porque têm orçamento menor. Corre-se o risco de desencadear várias greves nessas cidades, uma vez que muitos secretários de Fazenda já se manifestaram sobre a impossibilidade de honrar o reajuste. 
   Será preciso coerência e maturidade entre os envolvidos para resolver a questão da melhor forma, sem causar prejuízo aos alunos. Além disso, a população deve aprender a discernir políticas populistas e meramente eleitoreiras de propostas viáveis e coerentes. ( FOLHA OPINIÃO folhaopiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, terça-feira, 2 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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