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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

NÃO EXISTE BANDIDO BOM


   1 – Há os bandidos de cima e os bandidos de baixo. Os dois grupos estão em guerra contra a lei, a ordem e a polícia. Numa guerra, como se sabe, há dois tipos de pessoas: aliados e inimigos. É preciso escolher um lado. No Brasil e em Londrina, a maioria absoluta está ao lado da polícia, da ordem e da lei. Isso não implica justificar excessos e crime cometidos em nome da lei; simplesmente é uma questão de clareza ética e honestidade intelectual. Insinuar que bandidos e policiais são todos iguais é ceder à pior tentação de nosso tempo: o relativismo moral. Eu fendo a polícia, embora possa criticá-la. Existem policiais ruins, mas não existe bandido bom. 

   2 – Os ladrões do dinheiro público são os bandidos de cima. Já destruíram a economia do país em benefício próprio. Agindo na sombra, conseguem permanecer longos anos no poder, aparelhar as instituições e garantir seus apartamentos de luxo e estâncias paradisíacas, à custa do cidadão comum pagador de impostos.

   3 – Mas há também os bandidos de baixo. Aqueles que apontam a arma contra o mesmo cidadão comum e levam seus bens (quando não a sua vida). Aqueles que mataram Alice e Antonio. Aqueles que espalham o vício entre a juventude. Aqueles que roubaram mais de vinte vezes a mesma rede de lojas. São os assaltantes sem cargo público, sem imunidade, responsáveis diretos pela liderança do Brasil no vergonhoso ranking mundial de assassinatos.

   4 – Os assaltantes de cima usam como armas os impostos, as taxas, a máquina pública, os cabides de empregos e, é claro, a corrupção sem fim. Os assaltantes de baixo tocam o terror. As duas elites têm em comum o desprezo pelos valores espirituais, a dependência mútua, o amor pelo crime e o ódio à polícia. Se pudessem, acabariam de uma só vez com a Polícia Federal e a Polícia Militar. Varreriam do mapa o juiz Sergio Moro e o japonês da PF e toda a corporação da PM. 

   5 – Agora os bandidos de baixo estão executando policiais no Paraná. Se qualquer outra categoria profissional estivessem sendo alvo de matadores, a mobilização da sociedade civil já seria intensa, e com toda a razão. Não podemos aceitar a morte de trabalhadores. Não podemos aceitar o assassinato do soldado Cristiano, que poderia ser filho ou irmão de qualquer um de nós. Cristiano foi morto na noite de sexta, aos 33 anos. Sim, as mortes que seguiram à do soldado são calamitosas e devem ser investigadas e punidas com o rigor da lei., especialmente se houver vítimas inocentes. Não se pode, porém, perder o foco nem ceder à inversão de valores: lembremos que o objetivo final dos bandidos é (sempre foi) destruir a polícia. A vida de Cristiano foi destruída, a PM não pode ser!

   6 – Se ficarmos calados, de tanto roubar o nosso dinheiro e a nossa liberdade, os bandidos vão acabar roubando a nossa vida. 

   7 – Que a Mãe de Deus interceda por nossa cidade. Que p seu Filho, e ressurecto aos 33 anos, tenha piedade de nós. ( CRÔNICA do escritor PAULO BRIGUET, extraída da página 5, FOLHA GERAL, espaço AVENIDA PARANÁ, por Paulo Briguet. Fale com ocolunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br, segunda-feira. 1 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).    

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