O governo federal anunciou ontem que a tarifa de energia elétrica será reduzida a partir de março. O índice de apenas 3% pode não ser muito significativo, mas pode representar um alívio, principalmente aos consumidores de baixa renda. No ano passado, a “conta de luz foi reajustada consecutivamente em índices inimagináveis à maioria da população pressionando a renda das famílias. Em alguns casos, como no Paraná, o percentual chegou aos 60%.
A justificativa para a redução da tarifa é o desligamento de usinas elétricas, que não serão mais necessárias devido ao grande volume de chuva dos últimos meses. Dessa forma, a bandeira tarifária vai recuar para o nível amarelo, a custo de R$ 1,50 a cada hora 100 quilowatt-hora consumidos. A bandeira para este mês é vermelha e tem custo de R$ 3.
Importante acrescentar que durante todo esse período, de escassez de chuvas, o governo não apresentou um plano concreto que melhorasse a geração de energia elétrica no País. É preciso investir em vários modelos, para não criar a dependência de uma única matriz, como ocorreu no ano passado. No entanto, sem planejamento, recursos, gestão de longo prazo e muita corrupção, as obras importantes acabam adiadas.
Outra falha é que durante muitos anos o governo federal optou por “segurar” o aumento da tarifa, comprometendo o sistema. No ano passado, com o rombo nas contas dos operadores e a falta de chuvas em boa parte do País, a conta sobrou para os usuários. E veio salgada.
Agora, com a mudança dos níveis da conta tarifária – a previsão é que em maio a cobrança extra deixe de ser cobrada – e a consequente redução do valor das tarifas, espera-se que sejam melhorias no sistema. O País não pode ficar sujeito às condições climáticas. É preciso um planejamento abrangente que melhore a infraestrutura do País como um todo. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira. 4 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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