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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

AINDA OS TROTES VIOLENTOS


   A aplicação de trotes em calouros que entraram na universidade é uma prática antiga, que perdura ao longo das gerações. O que começou com o intuito de integrar os estudantes universitários, infelizmente evoluiu para atos de humilhação e violência física. É triste que em 2016, depois da conquista de vários direitos civis e de grupos minoritários na sociedade brasileira, a imprensa ainda tenha que noticiar casos de violência física ocorridos em trotes a calouros universitários. 
   A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar suspeita de trote violento envolvendo um aluno do primeiro ano do curso de Agronomia de uma universidade particular. O estudante tem apenas 17 anos e segundo relatos da mãe à reportagem da FOLHA, teria entrado em coma alcoólico depois de ter sido obrigado a ingerir cachaça. Ele também teria sido espancado. Segundo o delegado que apura o caso, os responsáveis podem ser indiciados pelo crime de tortura. Segundo a mãe, o rapaz estaria traumatizado e não quer mais frequentar a universidade. 
   É fato que nos últimos anos as universidades  têm concentrado esforços na tentativa de banir trotes violentos. Já foram registrados avanços, mas também é preciso lembrar que ações violentas ou humilhantes ainda ocorrem e, o pior, dentro das dependências das instituições. Nem todos os casos chegam a conhecimento público. É importante que a sociedade volte a discutir mais intensamente o assunto. Somente por ações de educação e conscientização é que essa prática poderá ser extinta. 
   Além disso, é importante que as autoridades e a instituições punam exemplarmente os alunos que praticarem atos violentos. Em um primeiro momento, somente esse tipo de ação pode coibir a violência. As instituições devem ficar vigilantes para impedir qualquer movimento de alunos veteranos contra calouros e, para isso, é importante a presença de líderes que promovam ações conjuntas e de integração. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br quinta-feira. 25 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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