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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

TRANSPORTE POR TREM DIMINUIU NO PARANÁ



O Brasil é um país de estradas, característica que se acentuou a partir dos anos 1950, quando o então presidente Juscelino Kubitschek afastou a nação dos trilhos para priorizar a construção de rodovias. Gastava-se muito tempo para fazer ferrovias, demora que não atendia o desejo de JK em levar o País a “crescer 50 anos em cinco”. Claro que no decorrer das décadas, a pressão do setor de rodovia e os subsídios do governo para instalação de montadoras exerceram influência. O resultado é que esses mais de 60 anos de incentivo ao transporte por carros e caminhões impactaram no Custo Brasil. O trem leva apenas 30% da produção nacional e para a nossa economia ganhar competitividade, ele precisaria carregar muito mais. Segundo a Confederação Nacional de Transporte (CNT), nos Estados Unidos, a densidade ferroviária é praticamente nove vezes maior que a brasileira (32 contra 3,6). A medida representa a relação entre um quilômetro de trilho por mil quilômetros de território. Outro grande concorrente brasileira na produção de grãos. A Argentina tem uma densidade ferroviária 3,5 vezes maior (13,5 contra 3,6). Não é de hoje que o Brasil fala em aumentar o transporte de carga por ferrovias. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já pregava isso desde seu primeiro mandato. Mas pouco se evoluiu. No Paraná, a situação é ainda mais complicada porque a participação do transporte ferroviário diminuiu em 2014, segundo apontou uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Conforme o estudo, o volume de cargas transportadas sobre trilhos do interior para o Porto de Paranaguá diminuiu cerca de 5% na comparação com os três anos anteriores. No ano passado, o trem levou 46 milhões de toneladas úteis para Paranguá, contra uma média de 48,5 milhões de toneladas úteis por ano de 2011 a 2013. No Paraná, os trens de carga levam principalmente açúcar, soja, milho, farelo de soja, óleo diesel, álcool, contêiners, cimento acondicionado, cloreto de potássio, gasolina e calcário corretivo. O transporte por trilhos possui muitas vantagens. O trem tem mais capacidade para carregar cargas e passageiros. Além disso, existem os benefícios ambientais. Segundo o cálculo feito pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, um trem de cargas com 100 vagões tira das estradas cerca de 357 caminhões. Isso significa menos poluição e menos acidentes. Tanto quanto em 1950, o Brasil também precisa crescer economicamente e retornar o desenvolvimento. Mas, hoje, não se pode pensar em crescimento priorizando apenas um sistema de transporte. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@follhadelondrina.com.br página 2, segunda feira, 4 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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