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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

SALVADOR DA PÁTRIA

          

   A Playboy volta a circular em março no Brasil graças ao empreendedorismo do maringaense André Sanseverino, novo Publisher da revista

   Em meados de novembro do ano passado, a notícia que a Editora Abril deixaria de publicar a Playboy no Brasil caiu como uma bomba. Mas a surpresa maior ainda estava por vir. No início de dezembro, a americana Playboy Entrerprises anunciou que a revista continua a circular no País com o aval de uma editora até então desconhecida, a PBB Entertainement. 
   À frente do grupo responsável pelo empreendimento está o maringaense André Sanseverino. “Eu estava na Abril há uns seis meses e ouvi do Rogerio Gabi que a última playboy sairia em dezembro. E eu disse que tinha interesse em publicar”, conta. “Ele (Gabi) falou que eu tinha uma história bacana dentro da casa  e que iriam me apoiar, tanto que fizeram a ponte com os americanos”, explica ele, que se uniu aos sócios Marcos de Abreu e Edson de Oliveira. 
   Nascido em Ribeirão Preto (SP), Sanverino diz que se considera mesmo maringaense. “Nasci lá porque era onde minha avó morava e minha mãe se sentia mais segura indo para lá”, explica. Agora ele está de mudança para São Paulo de onde vai comandar a retomada da revista icônica. ”Não estamos falando da revista Playboy e sim da nova Playboy”, adianta. 
   A história com a publicação começou a se estreitar em 2005, quando Sanseverino venceu um concurso para novos talentos em fotografia da Playboy. Em 2014, ele voltou a ganhar destaque com as fotos da ativista do Greenpeae Ana Paula Maciel. “Foi a primeira capa em preto-e-branco da Playboy brasileira”, lembra o fotógrafo. Ao entrar em contato com Ana Paula ainda na Rússia (a ativista ficou presa dois meses em São Petesburgo depois de um protesto). Sanseverino deu início a um trabalho que ganhou repercussão mundial.
   Antes mesmo de ser fotógrafo, Sanseverino já tinha um envolvimento com moda e beldades, primeiro com uma confecção e depois como dono de uma agência de modelos. Mas os rumos profissionais poderiam ter sido bem diferentes. “Fiz arquitetura porque era o mais próximo da arte”, lembra. “Só que quando começaram as obras, que não era aquilo que eu queria. Saí e montei uma confecção”, lembra. 
   “Mandei mais de 100 modelos para o exterior”, contabiliza Sanseverino, que representava a Mega Models na região. Entre as suas descobertas está a londrinense Fabiana Semprebom, que ganhou o mundo fashion após um concurso organizado pelo fotógrafo. Ele mesmo conquistou trabalhos internacionais após o prêmio da Playboy, 10 nos atrás. 
   “Fotografei em mais de 40 países, só faltou passar pelo continente africano”, lista. Agora ele deve deixar a câmera de lado. “Sou o Publisher da revista, não posso ser o fotógrafo também. Quero dar chances a novos talentos”, avisa Sanseverino, que no mês que vem embarca para Lisboa para a convenção mundial da Playboy. E em março sai a tão esperada primeira edição. “Vamos tentar fazer uma edição histórica”, promete, sem entregar quem estará na capa de estrela. 
   Sanseverino e os sócios têm grandes planos para a nova fase da revista icônica. “É uma das 10 marcas mais lembradas do mundo”, lembra. “Um dos grandes erros foi ter desprezado o digital”, define o Publisher sobre a gestão anterior da publicação. “Vamos ter um portal com muita interatividade, teremos grandes eventos e festas com o time oficial das coelhinhas da Playboy”, adianta. 
   Além de um novo projeto gráfico, o retorno da revista também será marcado pelas grandes celebridades. “Com conteúdo”, avisa Sanseverino. “ Vamos resgatar a espinha dorsal da revista, que era ter um grande entrevistado”, diz. Mas ao contrário da edição americana, que vai deixar de publicar nus, a brasileira vai continuar com as fotos que a fizeram famosa. “Acreditamos na sensualidade da mulher brasileira”. ( KARLA MATIDA – Reportagem Local, caderno FOLHA GENTE, domingo, 10 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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