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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

PUNIÇÃO AOS SERVIDORES PÚBLICOS


   A Operação Publicano, desencadeada  há um ano pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, desbaratou um grandioso esquema de corrupção e arrecadação de propina montado por auditores da Receita Estadual e que funcionava há pelo menos duas décadas. Por meio de cobrança de propinas de empresários que estavam irregulares com o Fisco, os fiscais desviaram milhões dos cofres públicos de reais em benefício próprio. 
   No entanto, além das prisões efetuadas, a população esperava uma resposta mais contundente da cúpula da Receita Estadual. Além das prisões, é de extrema importância que servidores públicos envolvidos  em atos ilícitos sejam punidos na esfera administrativa. De nada adianta o afastamento do trabalho se o agente continua a receber normalmente seus vencimentos que, aliás, estão muito acima dos recebidos pela maioria dos trabalhadores. É importante que a sociedade tenha uma resposta efetiva do poder público para casos de corrupção. 
  A atual crise vivenciada pelos brasileiros ultrapassou as esferas política e econômica e entrou no campo da ética. É momento de discussão de valores, de questionar comportamentos arraigados na cultura nacional e de não aceitar mais tão passivamente velhas atitudes dos detentores de mandatos público. E tudo isso tem que ser levado para a esfera administrativa. A sociedade brasileira tem que evoluir e, por isso, é importante que os gestores públicos participem desse movimento a partir de mudanças nas regras até então vigentes. Será um marco.
   Servidores públicos devem ser tratados como qualquer outro tipo de trabalhador e devem ser sujeitos às mesmas sansões. A certeza de continuar a receber normalmente seus salários cria um sentimento de impunidade aos servidores enquanto a população fica a sensação de injustiça. Os dois não podem mais permanecer. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, quarta-feira, 13 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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