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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

MOROSIDADE DA JUSTIÇA


   A suspensão do julgamento do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, deferida ontem pelo Supremo Tribunal Federal causa indignação entre os paranaenses. O ex-parlamentar é acusado da morte de Gilmar de Souza Yared, de 26 anos, e de Carlos Murilo de Almeida, de 20, em um acidente automobilístico ocorrido em 2009 em Curitiba. Há indícios de que Carli Filho trafegava em alta velocidade bem acima do permitido para a via e que teria ingerido bebida alcoólica. 
   Importante salientar que não se trata de fazer pré-julgamento ou de condenar antecipadamente um réu. A discussão deve ficar em torna da agilidade da Justiça até mesmo para “dar uma resposta” à população. O acidente completa sete anos em maio e parece inadmissível que em todo esse tempo o caso não tenha um desfecho. Tudo isso reforça entre a população o sentimento de impunidade, sensação que não pode permanecer. 
   A opinião pública deve se basear em casos como esse para retornar a discussão em torno do excesso de leis e de brechas d justiça brasileira. Se quase sete anos após a prática de um crime o réu continua solto e não ficou sequer um dia preso, é indicativo de que há algo errado. Brechas nas leis, várias interpretações de juízes, desembargadores e ministros e infinitos recursos sobrecarregam e acabam por adiar a efetividade da justiça brasileira. É uma discussão bastante complexa e que tem que contar com o envolvimento da população 
   O debate em torno de uma reforma no Judiciário não é novo, mas se mostra mais importante a cada dia. Talvez precise de um engajamento maior da população em questões como essa, que são primordiais até mesmo para garantir a credibilidade da Justiça e o sentimento de equidade a todos. Em meio ao “mar de lama” que o País enfrenta, essa seria uma das ações que ajudaria a reverter a atual situação. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhdelondrin.com.br sexta-feira, 15 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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