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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PERDENDO FORÇA



   A pequena melhora que o Brasil registrou no Índice de Desenvolvimento Humano  (IDH) em 2014 não foi suficiente para que o País caísse uma posição no ranking dos melhores IDHs, conforme os dados divulgados ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Passamos de 0,752 em 2013 para 0,755 em 2014 e perdemos a 74ª posição para o Sri Lanka, uma ilha no Sul da Índia com 21 milhões de habitantes e que apresentou no ano passado um crescimento mais acelerado que o brasileiro. Cento e oitenta e oito nações e territórios reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) participam do ranking. O Índice é calculado há 24 anos pelo Pnud e leva em consideração indicadores como expectativa de vida, tempo de escolaridade e renda. Quanto mais próximo de 1, melhor a situação do país.  A Noruega, com 0,944, é a primeira colocada, seguida da Austrália e da Suíça. Niger, na África, é a última colocada com 0,348.
   Dos 188 países, 45 conseguiram aumentar o índice em comparação com o último relatório, divulgado em 2014. Sete estão na América Latina. Apesar de ter caído no ranking, o Brasil continua enquadrado entre os países da categoria de Alto Desenvolvimento Humano, assim como outros latino-americanos como México, Uruguai, Venezuela e Cuba. Todos eles estão à frente do Brasil no ranking, sendo que entre os vizinhos, a Argentina é a melhor colocada: 40º lugar.
   Indicadores que representam melhorias sociais avançaram no Brasil, como a expectativa de vida, que aumentou de 74,2 em 2013 para 74,5 em 2014 e a média de anos  de estudo que passou de 7,4 para 7,7 nesse período. Por outro lado, houve queda na Renda Nacional Bruta (RNB) per capita de US$ 15.288 par US$ 15.175.
   Discordâncias na expectativa de vida, na educação e na renda da população brasileira fazem com que o IDH do País sofra uma perda de 26,3% quando ajustada `desigualdade. Isso acontece porque uma nação pode ter o IDH alto, mas com uma sociedade bastante desigual.
   A pequena retração na renda per capita em 2014, certamente, influenciou no IDH divulgado ontem. Entre 2009 e 2014, o Brasil caminhou rápido e ganhou três posições. Mas ao que tudo indica, os indicadores que compõem o IDH brasileiro estão perdendo dinamismo e força. Essas características devem aparecer quando se levar em conta as taxas de 2015, ano bem mais difícil economicamente. O País pode até não cair no próximo ranking de desenvolvimento, mas vai levar muito tempo para alcançar nossos vizinhos argentinos, eternos rivais no futebol. Ponto para a seleção de Messi. ( FONTE: FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, terça-feira. 15 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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