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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O ESPÍRITO DO NATAL


   Nesta época do ano ouvimos muito – especialmente nos programas de televisão – a expressão “o espírito do Natal”. Esta expressão remete àquelas histórias norte-americanas em que um espírito analisa o passado, o presente e o futuro de uma pessoa e a leva a uma mudança positiva de comportamento. Alguns dizem que o “espirito de Natal” é a melhoria das nossas atitudes. Outros, que o “espírito de Natal” é sinônimo de solidariedade, de fraternidade entre os povos. E por aí vai. Concordo que o Natal nos remeta a uma reflexão sobre nossas atitudes, que é tempo de nos abrirmos mais ao outro, de ajudarmos mais ao próximo, etc. Mas resumir o “espírito de Natal” a isso equivale a empobrecê-lo.
   Sim, a cultura na qual estamos inseridos aceita a diversidade de credos, cada um acredita no que quiser, vive como lhe aprouver e “ninguém tem nada a ver com isso”. No entanto, apesar de estarmos inseridos nesse meio, nós, cristãos, não podemos nos deixar levar por essa visão empobrecida do Natal, que retira a figura de Cisto do Natal e substitui o sentido cristão da festa por um sentido genérico de “solidariedade entre os povos”, como se o Natal se resumisse a uma espécie de dia da fraternidade entre os povos.
   Natal é mais do que solidariedade ou do que um “espírito” que nos impele a revermos nossa ações; é tempo de ver a Cristo, Rei do Universo, que se fez frágil e indefeso – como todo recém-nascido -, e que se colocou no seio de uma família como tantas outras daquele tempo, e, assim se humilhou desde o seu nascimento, a fim de completar a missão salvífica da humanidade, conforme a vontade de Deus-Pai. Temo de Natal é mais do que presente e dar uma esmola extra para instituições ou pessoas carentes. Natal é tempo de contemplar o Verbo de Deus encarnado e de coloca-lo definitivamente no cume das nossas vidas e das nossas ações. É deixar que Deus conduza a nossa vida, não só no final do ano, ou enquanto tivermos tempo livre, mas deixar que Deus faça Sua vontade para nós, ainda que isso signifique a “complicação” da nossa vida e a humilhação do nosso querer perante o que d’Ele. Coloquemos Cristo no centro do Natal e de nossas vidas. Não deixemos que as cores e luzes destes dias ofusquem o verdadeiro sentido da festa. ( ISABELA DE ARRUDA CAMPOS BACCARIN, advogada em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 23 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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