Páginas

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

WHATSAPP E O DELÍRIO DO VÍCIO



Nas mesas de restaurantes, no trabalho em festas e até mesmo em casa. Tem gente que não consegue desgrudar do celular. O vicio pelo WhatsApp e novas tecnologias tem se mostrado mais assolador e devastador. A necessidade de contar tudo a todos “em tempo real” provoca grande ansiedade e diminui a qualidade das relações verdadeiras, aquelas que enfatizam o toque, o carinho do olhar, do encontro. Estamos criando uma geração inteira de seres individualistas, que não sabem se colocar no lugar do outro, além de não serem capaz de esperar até amanhã para rever alguns sentimentos e pensar antes de agir. O mal do século será a prisão e a alienação das pessoas em função das novas tecnologias, principalmente celulares e smatphones. 
Hoje em dia andam com os celulares nas mãos. Não conversamos mais, não dialogamos mais, apenas nos falamos via WhatsApp. Pensemos nos diversos grupos que participamos por meio do aplicativo. Quantas besteiras são compartilhadas por não termos tempo para pensar. Refletir e avaliar?
Nós que vivemos a realidade escolar, sofremos uma degradação diária em nosso papel de professor ou gestor por meio do WhatsApp, já que tudo que acontece com uma criança é compartilhado pelas famílias sem o mínimo de ética e bom senso. 
As dificuldades de uma criança são divulgadas em grupos de mães sem o menor cuidado, sem nenhuma reflexão sobre quem irá ter consenso com aquelas informações - será que a criança vai ler aquilo? Não raro essas conversas geram situação de conflito no ambiente escolar. Como resultado, temos um instrumento de socialização sendo usado imoralmente, com práticas negativas. Outra consequência é que as crianças não pagam mais o preço por seus erros e esquecimentos. Se deixou algum material em casa, logo envia uma mensagem para a mãe socorrer e levar o objeto esquecido até a escola. E, sem passar por algumas situações, o jovem terá muitas dificuldades na vida adulta e no “mundo real”. Que tal nos desconectarmos e voltarmos ao tempo em que os contatos que mantínhamos eram mais pessoais – seja por meio de uma ligação ou de um encontro “olho no olho”?. ( ESTHER CRISTINA PEREIRA, psicopedagoga e vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares do Ensino do Paraná (Sinepe/PR), página 2, ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 23 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário