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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

DOENÇA RARA E FEMININA LAM TEM DIFÍCIL DIAGNÓSTICO


   Uma doença rara e basicamente feminina, linfangioleiomiomatose, mais conhecida como LAM, não é facilmente diagnosticada e tem sintomas muito parecidos com os de outras doenças pulmonares, como asma, bronquite e enfisema. Segundo o pneumologista Bruno Baldy, do Hospital das Clínicas, em São Paulo, até seus colegas de especialidade muitas vezes têm dificuldade para perceber o quadro. 
   No ano passado, quando foi diagnosticada com a doença aos 39 anos, a bióloga Verônica Borges que toda a família ficou assustada. “Ficamos todos em choque. Descobrir que tem uma doença progressiva e sem cura não é fácil, ainda mais tendo filho de nove anos “, lembrou. 
   “Eu sentia uma cansaço sem fim, mas pensava que era estresse”, conta Verônica. Ela buscou ajuda médica quando começou a sentir dores abdominais, fez uma tomografia que pegou parte dos pulmões e o especialista viu que havia algo errado. Geralmente, a pessoa com LAM procura ajuda médica quanto sente falta de ar, dor no tórax ou nas costas. O diagnóstico é feito por tomografia computadorizada do tórax e biópsia do tecido pulmonar. 
   Ele explicou que a LAM é um tumor de multiplicação lenta, que atinge principalmente mulheres na faixa etária entre 20 a 30 anos. “Em quem tem LAM ocorre uma multiplicação de células diferentes, que leva à obstrução e lesão do pulmão e, eventualmente, pode estar associada a lesões em outros órgãos. 
   O especialista disse que a estimativa é que de 400 a 500 mulheres tenham a doença no Brasil. Em alguns casos, a paciente só precisa fazer o controle, com exames a cada seis meses. Não se sabe ao certo o que causa a LAM e não existe cura mas, em algumas mulheres, a progressão é muito lenta. Em outras, no entanto, inabilita até para para atividades rotineiras, como tomar banho. Segundo Baldi, referência no tratamento, cerca de 30% das pacientes precisam de medicação, as demais apenas fazem controle semestral.
   A recomendação da Associação LAM do Brasil (Alambra) para as pacientes é seguir o mesmo estilo de vida saudável recomendado a todos, inclusive praticar exercícios físicos. Não é recomendado viajar para lugares onde não há ajuda médica por perto ou para regiões muito altas, onde as bolhas do pulmão tendem a se expandir, podendo provocar a ruptura. ( ALINE LEAL – Agência Brasil, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 28 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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