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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A BAIXA ADESÃO À VACINA CONTRA HPV


Profissionais de saúde procuram entender as baixas taxas de cobertura dos programas de imunização em adolescentes. Essa foi uma das principais discussões entre os médicos de vários estados brasileiros e de outros países que participaram do 9º Congresso da Sociedade Mundial de Doenças Infecciosas Pediátricas, no Rio de Janeiro. Segundo os especialistas, a imunização dessa faixa etária é um grande desafio para a saúde do mundo, já que estudos revelam que o índice de adesão desse grupo é baixo, colocando uma parcela de adolescentes e adultos jovens suscetíveis a doenças que já são imunopreveníveis, como hepatite A e B, meningocócica e HPV (sigla em inglês do Papilomavírus Humano), vírus sexualmente transmissível que pode causar o câncer de colo de útero. A vacinação contra o HPV tem encontrado resistência nas famílias brasileiras. Em entrevista à FOLHA, a gerente de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Londrina, Sônia Fernandes, disse que uma das hipóteses é cultural, pois a vacina está associada ao início da atividade sexual. A divulgação de possíveis eventos adversos ocorridos com a aplicação das primeiras doses também pode ter causado preocupação. Outro fato pode contribuir para que as famílias criem ainda mais resistência. O Ministério Público Federal em Minas Gerais ajuizou, na última quinta-feira, ação civil pública pedindo que a Justiça Federal proíba a rede pública de Saúde de aplicar a vacina contra o HPV em todo território nacional. A ação também pede a nulidade de todos os atos normativos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autorizaram a importação, produção, distribuição e comercialização da vacina no País. De acordo com a ação, não existe comprovação de que a vacina seja eficaz contra o câncer de colo de útero, além de não haver estudos apontando seus efeitos colaterais. A Secretaria de Saúde de Londrina reforçou que a vacina de HPV é bastante segura sendo inclusive recomendada por vários organismos internacionais, incluindo a agência CDC ( Centros de Controle e Prevenção de Doenças) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. O câncer de colo de útero é o terceiro mais comum entre as mulheres. Justificativa mais que suficiente para que qualquer dúvida sobre a vacina seja esclarecida de forma rápida. Só assim os pais terão informações suficientes sobre os benefícios e riscos do produto e poderão tomar uma decisão consciente. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 22 de dezembrode 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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