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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

VIVENDO COM AIDS


   Cento e cinquenta mil brasileiros não sabem que tem o vírus HIV, segundo as projeções do Ministério da Saúde (MS). Para os próximos cinco anos, espera-se, não só no Brasil, mas em muitos países, um cenário diferente em relação à doença. Isso porque eles se comprometeram com a Organização das Nações Unidas (ONU) atingir a meta de 90-90-90 até 2020. O cálculo prevê que 80% das pessoas vivendo com HIV saibam que tem o vírus e , destas, 90% recebam terapia antirretroviral, para que o resultado final seja de 90% da população apresentando carga viral indetectável e, assim, reduzam as chances de transmitir o vírus. Desde 1980, o Brasil notificou 757 mil casos de aids. 
   Dessa maneira, o Brasil se compromete a acabar com os níveis epidêmicos de aids, o que não significa acabar com ela. Significa diminuir drasticamente o número de novos casos. Um dos métodos de prevenção que o MS considera importantes é o protocolo assumido em 2013 pelo Brasil. Antes, o tratamento era direcionado para quem estava com a resposta imunológica muito afetada. Hoje, qualquer indivíduo com HIV recebe tratamento para que essa carga viral seja “derrubada” e os medicamentos funcionem como prevenção. 
   A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) também tem um novo protocolo, lançado este ano. Ela vai atender apenas a quem se expôs ao vírus, como, por exemplo, em caso de estouro de camisinha na relação sexual, estupro ou até mesmo profissionais da saúde diante de um acidente de trabalho. Ela deve ser usada durante 28 dias, mas a introdução do medicamento deve ocorrer nas primeiras 72 horas depois do acidente. Após 30 dias, é preciso refazer o exame. Em breve, o MS lançará um aplicativo onde as pessoas poderão acessar o local mais próximo com PEP. Já em relação a Profilaxia Pré-Exposição ((PrEP), que consiste na medicação antes da exposição ao vírus, ela segue em pesquisa. O Brasil tem quatro grandes grupos estudando a (PrEP). O publico alvo será aqueles que têm um comportamento de muito risco de serem infectados pelo HIV (prevalência superior a 3%).
   Mesmo com os novos tratamentos, as autoridades em saúde reforçam que o uso da camisinha durante a relação sexual é uma forma muito importante de prevenção contra o HIV. A maneira como a sociedade encara a aids é diferente hoje da época em que os primeiros casos surgiram, na década de 1980. Informar amplamente à população como a doença se transmite e como se prevenir tem ajudado a diminuir a discriminação. Mas o preconceito contra os portadores de VIV ainda existe. E a informação e a educação continuam sendo grandes armas contra o preconceito. ( FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 23 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA

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