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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

PARANAENSE EXPORTA CASAS PRÉ-FABRICADAS PARA ALEMANHA

 

   Residências feitas com chapas de compósitos reforçados com fibra de vidro serão usadas para abrigar refugiados sírios em Bremen

A MVC, empresa que atua no desenvolvimento de produtos e soluções em plásticos de engenharia, com sede em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, começou a exportar casas pré-fabricadas que serão utilizadas para abrigar refugiados da Síria na cidade de Bremen, na Alemanha. No dia 16 de novembro foi embarcada, no Aeroporto Afonso Pena, a primeira casa. O imóvel tem 61 metros quadrados e dois quatro
   Em um primeiro momento, foram encomendadas 40 casas por um consórcio formado por quatro empresas alemãs, que viu na situação dos refugiados a oportunidade de importar e revender o produto para empresas interessadas em doar moradias para os governos locais. Esse primeiro lote de casas tem entrega prevista até o final de fevereiro de 2016.
   O diretor geral da empresa, Gilmar Lima, contou que a MVC participa todos os anos da feira JEC, em Paris., específica deste setor, e foi premiada neste evento com o sistema construtivo. Ele lembrou que um executivo de uma grande empresa visitou a feira e apresentou a MVC para o consórcio alemão.
   Segundo ele, a previsão é comercializar no próximo ano 1,2 mil casas, o que deve render uma receita de R$ 65 milhões para a MVC. Cada kit pré-fabricado custa US$ 14 mil. A ideia, agora, é levar esse produto para países como  França, Áustria, Hungria e Turquia.
   De acordo com Lima, a empresa desenvolve este tipo de produto há 12 anos e já exportou para a África, em países como Angola e Moçambique, além do Paraguai, Uruguai e Venezuela. Na África, já foram construídos mais de 50 mil metros quadrados em projetos como escolas, casas e até agências bancárias.
   No entanto, em função das temperaturas baixas do inverno europeu, o projeto teve que sofrer adaptações, entre elas, utilizar um telhado mais reforçado para aguentar o peso da neve e suportar as temperaturas abaixo de zero. Segundo Lima, a Alemanha já está pensando até em comprar casas deste material para o próprio povo alemão. A casa não tem desperdícios comuns na construção civil  convencional nem entulhos.
   A estrutura da residência é feita com chapas de compósitos reforçados com fibra de vidro. A parede recebe uma espécie de “recheio”, com uma camada de gesso rígido – que resiste ao fogo e traz isolamento acústico – e outra camada de um tipo de isopor (poliuretano expandido) que faz isolamento térmico e acústico. Os compósitos dispensam o uso de estrutura metálica. A casa tem vidros duplos que trazem conforto térmico e acústico.
   Do Brasil saem as peças principais como paredes e as estruturas hidráulica e elétrica. Na Alemanha é realizado o trabalho de fundação, com mão de obra local, que será treinada por uma equipe de brasileiros. As indústrias alemãs também vão fornecer portas e janelas e esquadrias. A casa finalizada custa US$ 25 mil, não necessita de pintura, que pode ser feita só por questão estética, e demora 15 dias para ser montada.
   Para o mercado interno, a empresa já produziu casas, escolas, creches, postos de saúde e agências bancárias nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Maranhão. Dentro do Programa Minha Casa Minha Vida, a empresa já construiu 100 casas no Pará, 436 em Japeri (RS), 150 em Igrejinha (RS) e 40 em Caxias do Sul (RS) entre 2010 e 2013. No Brasil, no total já são 250 metros quadrados de área construída.
    Outro negócio internacional que a empresa inicia no próximo ano é a exportação de casas para a Argentina, principalmente para Bueno Aires e Bariloche para criação de imóveis de alto padrão.

                            VENDA PARA A EUROPA VAI ABRIR 75 POSTOS DE TRABALHO



   A MVC tem 26 anos de mercado e possui seis plantas  industriais em locais como Caxias do Sul (RS), Minas Gerais, Goiás (GO), Maceió (AL) Camaçari (BA) e São José dos Pinhais. Inicialmente, foi concebida para atender o mercado automotivo de ônibus e caminhões, com componentes de plástico como para-choque, capô, teto, entre outros. Depois passou a produzir componentes para automóveis.
   “Se  a empresa dependesse apenas do mercado automotivo estaria muito pior. Resolvemos diversificar”, justificou o diretor geral, Gilmar Lima. A MVC atua também na área de energia eólica e fornece a base da estrutura das hélices chamada de nacelle.
   Segundo ele, se não fosse esse projeto para a Alemanha, a empresa estaria em dificuldade coma crise econômica no Brasil, que ficou mais intensa neste ano. Ele contou que a empresa tinha 1,6 mil funcionários no início do ano e teve eu reduzir para 950 e chegou a trabalhar neste ano com 30% a 40% de ociosidade.
   “O  projeto da Alemanha foi fundamental e vai abrir 75 postos de trabalho”, comemorou.
   No ano passado, a empresa faturou R$ 670 milhões. Neste ano, estão previstos R$ 300 milhões e para 2016 a estimativa é chegar a R$ 500 milhões. Ele acredita que vai voltar ao mesmo patamar  de 2014 só será possível em 2020!. “O  que salvou 2015 foi o segmento eólico”, informou. (A.B.) ( ANDRÉA BERTOLDI – REPORTAGEM LOCAL), página 4, FOLHA ECONOMIA, segunda-feira,  23 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

2 comentários:

  1. ESSa empresa vende casas para particulares "no varejo"?

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    1. Tem que se informar na empresa. Eu apenas transcrevi a reportagem.Obrigado pela visita. Retorne sempre. Abraços


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