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domingo, 15 de novembro de 2015

PÉ DIABÉTICO É UM DOS PRINCIPAIS ALVOS DE AMPUTAÇÕES

     


   Assunto é pouco discutido, mas preocupante.  Bastam cuidados simples e pouco  conhecidos  para evitar consequências danosas aos pacientes.

  Quando se fala em amputação,  a maioria das pessoas podem pensar em acidentes, historicamente ligados a esse tipo de procedimento. Mas as amputações envolvem muitas outras patologias. Dentre todas, existe uma que já adquire caráter epidêmico: o diabetes. Por afetar neurologicamente as  extremidades inferiores, a doença leva a perda da sensibilidade e isso causa alguns danos, por vezes irreversíveis.
 Dados do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL) mostram que, tanto em 2013 quanto em 2014, foram realizadas 36 amputações de pés ou partes dos pés na unidade, o que representa em torno de 30% do total de amputações. Em 2015, até outubro foram nove casos.
   “A amputação de pés ou de dedos dos pés em diabéticos é muito frequente e está aumentando porque a prevalência da doença também tem crescido entre a população”, disse a professora do Departamento de Enfermagem da UEL, Márcia Eiko Karino, que fez do tema sua dissertação do mestrado em 2014.
   Segundo ela, já houve maior preocupação do Ministério da Saúde em promover campanhas sobreo assunto. “Hoje,  no atual governo, não tem mais. E são medidas simples que os diabéticos precisam conhecer para prevenir consequências muito danosas. Se trabalhar a monitoração da glicose, seguir as orientações de nutricionistas e mais alguns pequenos cuidados, dá para evitar a amputação”.
    Vanda Pimenta Santana de Oliveira acredita que poderia ter evitado a amputação dos dedos se tivesse mais informação sobre a doença, com a qual convive há 15 anos. “Eu não sabia que diabéticos  não devem usar chinelos, justamente para ter o pé mais protegido. Um caco de vidro entrou no meu chinelo e ficou machucando meu pé, mas eu não percebi, por causa da falta de sensibilidade.” Quando se deu conta, o local já estava infeccionado e necrosado. Dois dedos foram amputados. A cirurgia foi feita em Junho de 2014, mas ela continua com o pé enfaixado porque ainda não ouve cicatrização, outra deficiência provocada pela doença.

   Conclusão

   Preocupados com a falta de informação e de atenção aos pés dos diabéticos, um grupo se reuniu na última quarta-feira para discutir o assunto em Londrina. A iniciativa foi da enfermeira e coordenadora do curso de Podologia da Unifil EAD, Cleonice Cartolari Figueiredo. “Criamos uma comissão que vai elaborar algumas ações e políticas públicas para apresentar ao Município. Nós temos, por exemplo, o atendimento de podólogos na rede municipal, mas é tão restrito que é muito difícil conseguir marcar horário.”
  Segundo ela, o serviço de podologia é fundamental para os diabéticos, já que uma fissura no pé, uma micose ou corte incorreto das unhas pode representar a perda do membro. “A complicação no diabético é muito rápida. Ele pode perder o pé em dois dias!, alertou Cleonice. (
JULIANA GONÇALVES, gonçalves@gazetadopovo.com.br página 10, geral, SAÚDE, fim de semana, 14 e 15 de novembro de 2015, publicação do JORNAL DE LONDRINA).

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