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terça-feira, 24 de novembro de 2015

DIABÉTICOS TÊM MAIS CHANCE DE DESENVOLVER O MAL DE ALZHEIMER


   Médicos alertam para relação entre as doenças em meio a crescimento no número de diabéticos, que representam 7% da população brasileira

   Doença que afeta 383 milhões de pessoas no mundo, o diabetes aumenta o risco dos pacientes terem Alzheimer.  A relação entre as doenças foi  apresentada este mês no 20º Congresso da Sociedade Brasileira de Diabets (SBD), realizado em Porto Alegre. A associação entre a doença crônica e mental preocupa os médicos que, afirmam que o mundo vive uma epidemia de diabetes. A estimativa é de que, em 20 anos, o número de diabéticos no mundo chegue a 592 milhões, crescimento de 55%.
   No Brasil, 14 milhões de pessoas vivem com a doença, ou 7% da população. Conforme o coordenador do Departamento de Diabetes do Idoso da SDB e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia ( SBEM), João Eduardo Salles, o número de diabéticos dobrou nos últimos 10 anos, pelo aumento da obesidade e envelhecimento da população.
   No Congresso, o médico apresentou pesquisas feitas com animais pela Universidade Federal do Rio de janeiro (UFR), em 2013, que mostrou a relação entre o bloqueio da ação da insulina no cérebro dos diabéticos com o desenvolvimento de de demência mental.
   “Além  disso, o diabetes aumenta muito a capacidade dos vasos sanguíneos, que ficam disfuncionais. Isso faz com que haja pequenos derrames que a pessoa não sente, mas vão diminuindo a capacidade do cérebro de armazenar informações”, explica Salles. Somada o bloqueio da insulina, essa perda de capacidade faz dos diabéticos um grupo de risco para Alzheimer.
   Doutor em Endocrinologia pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor da SBD, Domingos Augusto Malerbi afirmou que o diabetes está associado a um sub-tipo de Alzheimer, que tem evolução mais lenta. “Esse tipo é diagnosticado em pacientes mais velhos, a partir dos 70 anos”, completa.
   O médico também alerta para a asso
ciação entre diabetes e depressão. Esse transtorno de humor muitas vezes é uma doença que antecede a demência. “É um triângulo: diabets, depressão e alteração cognitiva”, explica. 
   A relação inversa também pode ocorrer. O neurologista André Dalbem explica que o próprio Alzheimer pode levar à depressão. “O paciente começa a ser questionado sobre seus esquecimentos sobre a família e, quando se dá conta desse déficit, tende a ficar introspectivo, o que pode levar à depressão”.
   A constante luta para controlar o peso e as restrições alimentares a que os diabéticos estão sujeitos são outros fatores que encaminham so estágio depressivo. (FERNANDA DA COSTA e JULIANA FORNER/Agência RBS)

    diagnóstico

   Doença cresce mais entre jovens

   Apesar da  idade avançada ser um fator de risco ao diabetes, é entre os jovens que a doença tem crescido mais. O presidente do Congesso da Sociedade Brasileira de Diabetes, Balduíno Tschiedel, afirma que, até poucas décadas, o diabetes tipo 2 só era diagnosticado em pessoas a partir dos 30 ou 40 anos. Com o aumento da obesidade em todas as faixas etárias, os adolescentes passaram a ser alvo da enfermidade. Os fatores que podem ter levado a isso, conforme João Eduardo Salles,  são a má alimentação e o sedentarismo nessa faixa etária. Com isso, aumentam mais as preocupações dos médicos, já que esses adolescentes terão grande risco de não envelhecer com qualidade de vida. Poderão ter as complicações associadas ao diabetes, como doença renal e problemas nos olhos, e risco de demência. Por isso, especialistas alertam para a importância da prevenção à doença, que passa por uma alimentação saudável e práticas de exercícios físicos.

   Oriente-se

   Entenda o diabetes

   OS TIPOS

   *Chamam-se diabetes tipo 1 os casos em que o pâncreas não produz insulina. 

   *Quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou a insulina não é processada corretamente, o paciente tem diabetes tipo 2.

   *O diabetes gestacional ocorre quando a insulina é menos eficiente durante a gravidez.

COMO É A ENFERMIDADE

*Doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz.
*A insulina é um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia. 
*Quando a pessoa tem diabetes, o nível de glicose no sangue fica alto (hiperglicemia). Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vãos sanguíneos e nervos. (Página 6, geral, RISCO, reportsgem de Fernanda da Costa e Juliana Forner/Agência RBS, segunda-feira, 23 de novembro de 2015, publicação do JORNAL DE LONDRINA).

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