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terça-feira, 24 de novembro de 2015

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA



    Os atos de terrorismo em Paris, no último dia 13, fizeram com que o medo e a ignorância aflorassem em vários países. No Brasil, tudo indica que não foi diferente. As ameaças que partem dos radicais do Estado Islâmico, responsável pelos atentados que mataram 130 pessoas na capital francesa, causam histeria. Nos Estados Unidos esses sentimentos são bastante evidentes, principalmente agora em que a nação vive clima de campanha eleitoral para presidente. Vários aspirantes ao posto hoje ocupado por Barack Obama falam em proibir a entrada no país de refugiados sírios. Um dos candidatos, Bem Carson, chegou a comparar os refugiados sírios a cães raivosos. O magnata Donald Trump, que também  deci diu  concorrer à Casa Branca, apresentou uma solução que está sendo duramente combatida por defensores de direitos humanos. O multimilionário sugere a criação de um cadastro nacional de muçulmanos. 
   Por mais que a comunidade muçulmana venha a público para recordar que o Islamismo é uma religião de paz, todos od dias são relatados casos de islamofobia em vários países. Desde ataques verbais na internet a agressão física contra seguidores do profeta Maomé. Esses atos de intolerância também preocupam os muçulmanos que vivem no Paraná. Ontem, a Sociedade Beneficente Muçulmana realizou uma coletiva de imprensa para denunciar “a maré crescente de islamofobia” no Estado. As principais vítimas desse preconceito são as mulheres que seguem a fé islâmica, pois o uso do véu as identificam facilmente. Uma muçulmana de Curitiba foi agredida com uma pedrada no último dia 20, quando caminhava na calçada. O mais chocante é que o agressor era um senhor de idade que estava acompanhado de uma criança. 
   As muçulmanas relatam cenas de agressão física e psicológica. Elas disseram que são xingadas na rua e dentro do ônibus. Pessoas tentam tirar o véu que cobrem a cabeça delas e motoristas atiram objetos de dentro dos carros. Os filhos sofrem bullying na escola. A situação preocupa a comunidade muçulmana, formada por cerca de 25 mil pessoas no Paraná. 
Não se pode aceitar que atos de violência e intolerância religiosa se multipliquem. Ofender uma pessoa por questões raciais ou religiosas é crime e a sociedade brasileira precisa valorizar e praticar as atitudes que a tornaram conhecidas como um povo pacífico, tolerante e acolhedor. ( Página 2, FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br terça-feira, 24 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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