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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MAIS PREVENÇÃO, MAIS SAÚDE



   A campanha Novembro Azul, que tem a missão de orientar a população masculina a cuidar melhor da saúde com foco na prevenção do câncer de próstata, tem se tornado tradição e estimulado a discussão sobre o olhar que o público masculino tem sobre os cuidados com seu corpo e bem-estar. A notícia é boa porque o homem frequentemente negligencia sua saúde, por medo, falta de acesso a informações ou mesmo preconceito. E é importante falar sobre o assunto.
   No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Dados do Instituto apontam que em 2014 foi estimado 68,8 mil novo casos da doença no País. Em 2013, esse tipo de câncer foi responsável por 13,7 mil mortes.
   A doença é bastante preocupante, uma vez que a prevenção é difícil e depende de vários fatores, como dieta alimentar adequada e prática de atividade física regular, além de visita com rotina ao médico. Mais do que qualquer outro tipo, segundo o Inca, o de próstata é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil, segundo o Instituto, pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos de diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento da expectativa de vida.
   Nesse sentido, é importante que o homem consulte um médico regularmente e faça os exames de rotina. O câncer de próstata na fase inicial não tem sintomas, em 95% dos casos, eles aparecem já com a doença em estágio avançado. Por isso que exames preventivos frequentes para que a doença não seja descoberta em estado avançado. Homens a partir dos 50 anos de idade ( ou 45, se houver câncer de próstata na família), devem procurar um urologista anualmente para realizar os exames preventivos. Um desses exames é o toqu retal. O exame é rápido e indica se a próstata apresenta algum tipo de alteração. Caso a alteração seja detectada, o médico pode solicitar outros exames para confirmar o diagnóstico, como o PSA ((Antígeno Prostático Específico),  o  ultrasson transretal e a biópsia da glândula, que consiste na retirada de fragmentos da próstata para análise.
   Os exames de imagem, por sua vez, são grandes aliados No diagnóstico do câncer de próstata e ajuda a avaliar a doença e assim orientar o melhor tratamento. O ultrassom transretal é o método de imagem mais utilizado, pois permite a avaliação do volume prostático (utilizado no cálculo da densidade do PSA) e também é utilizado par guiar a biópsia, já que quando há a suspeita de câncer de próstata a confirmação se faz necessária.
   A ressonância magnética da próstata também é uma modalidade importante na avaliação da doença. O exame identifica a lesão, permitindo a avaliação de sua gravidade, sua extensão e até mesmo a biópsia guiada. Esse exame é indicado principalmente para os pacientes com suspeita do câncer de próstata com biópsias negativas, ou seja, que não detectaram a doença.
   Os métodos de diagnóstico por imagem em geral são rápidos e complementam os exames de toque retal e de sangue e tem indicação individual para cada paciente. Eles são importantes no auxílio da detecção precoce do câncer de próstata, em fases iniciais, que associada ao tratamento adequado, podem oferecer ao homem melhor condução de tratamento e, consequentemente, melhor qualidade de vida.
   Não há uma rotina pré-definida para a realização de exames. O importante é que o homem cuide de sua saúde e se previna. É preciso ainda deixar de lado a postura machista e o preconceito e realizar os devidos exames. O bem-estar, a qualidade de vida são mais importantes. Cuidar da saúde também é coisa de homem! ( DÉCIO PRANDO MOURA, médico radiologista em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 24 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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