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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

ESTUDANTES DISTRIBUEM REPELENTE CONTRA O MOSQUITO DA DENGUE



   Ação do curso de Agronomia levou à comunidade conscientização e produto fabricado pela própria turma

Álcool, essência de cravo-da-ìndia e óleo hidradante. Juntos, estes três ingredientes compõem a fórmula de um repelente natural contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue 2, produzidos por alunos do curso de Agronomia da Universidade Norte do Paraná (Unopar), de Londrina. O produto foi distribuído para a comunidade do entorno do campus no Jardim Pizza (zona sul).A entrega de 150 frascos foi feita ontem pela manhã e envolveu cerca de 40 alunos.
   Em parceria com o setor de Endemias da Secretaria Municipal da Saúde, a iniciativa surgiu durante as aulas da disciplina de química orgânica. A professora Iara Cintrade Arruda Gatti, responsável pela área, sugeriu que os estudantes elaborassem em laboratório algo prático e que fosse capaz de atender a população. “Todos os semestres temos a proposta de produzir algo e doar para a comunidade. Já fizemos sabão, água sanitária. Esta fórmula do repelente já havia sido amplamente divulgada na mídia e, como temos o problema da dengue na nossa cidade, resolvemos fazer o repelente na universidade!, explicou.
   Ao todo, 240 estudantes de Agronomia participaram da produção. De posse dos ingredientes, a turma deixou 20 gramas do cravo-da-Ìndia imersos em um recipiente com um litro de álcool por quatro dias. Depois, a solução foi filtrada e recebeu 100ml de óelo hidratante corporal. Assim, ficou pronto o repelente que, por conter ácido eugênico substância extraída do cravo-d-ìndia, tem propriedades que afastam insetos. 
   De casa em casa, os alunos entregaram panfletos e orientaram a comunidade sobreo uso do material, no caso de moradores que afirmaram não apresentar alergia aos componentes. A aposentada Zoraide Siqueira, de 70 anos, aprovou. “Gostei muito, e eu e meu marido vamos usar”, disse. A vizinha Dalva Maria de Jesus, de 58, assinala que, além do produto, vai intensificar as vistorias em casa para evitar criadouros do mosquito Aedes aegypti. “É muito válida a iniciativa, mas precisamos ficar atentos também”, enfatizou.
   A estudante, Paloma Teixeira, de 19 anos, ficou satisfeita em poder colaborar com os moradores na prevenção da dengue. “Ajudamos a conscientizar a população”, definiu. “Também ficamos preocupados sobre a doença”, observou o aluno Ricardo Coelho, de 21, ao lembrar que a irmã já teve dengue. 
   Segundo a coordenadora de Educação e Saúde em Endemias, Lucimara Vasconcellos, mobilizações deste tipo são importantes para ajudar a reduzir o número de casos da doença em Londrina. Neste ano, o município já registrou 2,719 confirmações. Há em andamento ainda 628 casos, que aguardam o resultado de exames laboratoriais.
 “É uma média de 9 a 11 casos novos por semana. O repelente pode ajudar a evitar isso”, pontuou. Ao passar o produto na pele a cada três horas, salienta, o morador pode prevenir a picada de insetos contaminados ou não pelo vírus da dengue. No caso de quem já apresenta os sintomas, o repelente evita que mosquitos piquem pessoas infectadas e se tornem vetores de transmissão da dengue. No entanto, mesmo com o repelente, os cuidados para evitar água parada precisam ser mantidos. “O ovo do Aedes vive 450 dias sem contato com a água. Temos que ter atenção para evitar isso, reforçou Lucimara. ( ANTONIELE LUCIANO- REPORTAGEM LOCAL, página 3, Folha Cidades, sábado, 7 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

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