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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

BACON NA DIETA NEM SEMPRE É SINÔNIMO DE MÁ ALIMENTAÇÃO




   O consenso entre a comunidade médica é que o problema das carnes processadas e da carne vermelha não está no consumo em si, mas no excesso

   A decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de colocar a carne processada na lista de substâncias que provocam câncer praticamente dividiu o mundo em dois times: os que defendem e os que são contrários ao bacon, salsichas e presunto. Exageros à parte, o consenso entre a comunidade médica é que o problema das carnes processadas (embutidos) e da carne vermelha – que foi classificada como “provavelmente cancerígena” – não está no consumo em si, mas no excesso.
   “Qualquer substância é uma droga potencial.  O segredo é a quantidade consumida. Só espero que não ocorra agora o mesmo que aconteceu com o ovo, condenado nos anos 80 e agora absolvido”, diz o médico Beny Schimidt, chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular da Unifesp. Ele ressalta que muitos desses alimentos em especial as carnes vermelhas, têm alto valor nutricional e são historicamente importantes para a dieta humana.
   De acordo com a média Andréa Pereira, nutróloga especialista em oncologia do Hospital Albert Einstein . de São Paulo, as sociedades brasileira e americana de oncologia recomendam um consumo de até meio quilo de carne vermelha por semana (100 gramas por dia), já que é rica em proteína, ferro e vitamina B12. Já a processada, pela grande quantidade de conservantes e de sal, deve ser consumida em quantidades menores.
    “O que sempre recomendamos e manter uma alimentação saudável, que mescla carne vermelha com peixes, ovos e vegetais. Enfim, o mais indicado é equilibrar todos esses alimentos ao longo da semana”, resume a especialista.
   Os estudos da OMS apontam que o consumo diário de 50 gramas de carne processada por dia – o suficiente a duas fatias de bacon – amplia em 18% o risco de câncer colorretal. No caso de carne vermelha, o consumo diário de 100 gramas amplia em 17% o risco de desenvolver a mesma doença.

   Exagero

   Estimativa da Global Burden Of Disease atribui ao consumo  exagerado de carne processada a morte de 34 mil pessoas por câncer no mundo todos os anos. Já as dietas ricas em carne vermelha seriam culpadas por 50 mil mortes causadas por câncer todos os anos. Números altos, mas que não chegam nem perto dos relacionados ao tabaco (1 milhão de mortes por ano, álcool (600 mil mortes por ano) e à poluição do ar (200 mil mortes por ano).
   Schimidt avalia que é um exagero comparar o potencial cancerígeno do cigarro ao da carne processada. A pró´pria OMS destaca que, embora estejam no mesmo grupo das substâncias que  comprovadamente  aumentam o risco de câncer, isso não significa que tabaco, amianto e bacon e cia sejam igualmente perigosos. (CAROLINE OLIINDA com informações da Agência RBS). 

   Preparo

   CORANTES E ADITIVOS ELEVAM OS RISCOS

adaalimentos processados – que servem para aumentar o prazo de validade ou manipular o gosto, por exemplo – os principais responsáveis pelas conclusões da OMS. Para o médico Gilberto Schwartsmann. Chefe do serviço de oncologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), as técnicas de conservação desses alimentos contam com produtos potencialmente causadores de tumores e, por isso, devem ser consumidos com muita moderação.  “Essa é uma recomendação que já se encontra em publicações científicas, pois os malefícios desses produtos já foram comprovados.  O hábito de comer muitos alimentos processados deve ser evitado pelo potencial de causar principalmente tumores no trato intestinal, onde esses produtos são processados e ficam mais tempo”.  

   Classificação

   SAIBA O QUE O EMBUTIDO


   Carnes processadas são aquelas transformadas pela fermentação, defumo ou qualquer técnica com o objetivo de realçar o sabor e melhorar a conservação. Exemplos: bacon, salsicha, presunto, linguiças, carne enlatada, carne seca e carne em conserva. ( Página 7, geral, NUTRIÇÃO, segunda-feira, 9 de novembro de 2015,  publicação do JORNAL DE LONDRINA).

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