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terça-feira, 1 de setembro de 2015

COMO SE CHAMA QUEM NASCE AQUI?




   Quem nasce em Londrina é londrinense, no  Paraná, é paranaense, e no Brasil é brasileiro. Sabe o que essas palavras têm em comum?  São  todas adjetivos pátrios. É assim que denominamos as palavras que se referem ao que é natural de uma cidade, estado, país, região , etc. Embora seja natural que todos conheçamos os adjetivos pátrios que dizem respeito a nós e nossa família, é comum termos alguma dúvida com relação a outros lugares.
   Vamos, então, esclarecer algumas dúvidas aqui. Mas antes, um pequeno detalhe: muita gente confunde adjetivo pátrio com gentílico (também chamado de adjetivo gentílico ou gentilício), que é o termo usado para nomear um povo ou etnia, como “germânico”, “latino” ou “judaico”, por exemplo.  
   Com relação aos estados brasileiros, a maioria não causa problemas, já que utiliza-se, principalmente, as terminações “ense” (amazonense, cearense) ou “ano” (baiano, goiano ). Mas há alguns casos que merecem atenção, pois se trata de estados que admite mais de uma forma ou que apresentam palavras diferentes do esperado. Por exemplo:
   Quem nasce no Espírito Santo pode ser chamado de espírito-santense ou capixaba, palavra que vem do tupi guarani e significa “terra de plantação” , “sítio”, “roça”.
   Já no Rio de Janeiro, muitas pessoas confundem os adjetivos  referentes ao estado e à cidade. Então, esclarecemos: o que é natural do estado do Rio de Janeiro é fluminense (vem do latim “flumem”, que significa “rio”), o que vem da cidade do Rio é carioca (novamente do tupi, quer dizer “casa do branco”).
   Uma confusão semelhante acontece com São Paulo: quem nasce no estado é paulista, na cidade é paulistano.
   Em Santa Catarina temos três possibilidades: catarinense, catarineta ou barriga-verde, termo que teria sua origem no uniforme de um regimento de soldados surgido ali no século XVIII, que teriam lutado na guerra do Paraguai. Esses soldados usariam uma faixa (ou um colete) segundo algumas versões) de cor verde sobre a barriga. É importante notar que o povo desse estado tem orgulho dessa  denominação.
   No Rio Grande do Sul também há três formas possíveis: rio-grandense-do-sul, sul-rio-grandense ou o mais conhecido gaúcho, palavra que vem do espanhol e se refere aos habitantes dos pampas.
   Quem nasce no Rio Grande do Norte também tem direito a três adjetivos pátrios: rio-grandense-do-norte, norte-rio-grandense ou potiguar, outro termo que vem do tupi e que quer dizer “comedor de camarão),
   Outros estados brasileiros que admitem mais de uma forma são o Pará (paraense ou paroara) e Rondônia (rondoniense ou rondoniano). E tome cuidado com a grafia de “baiano”, pois não tem H. diferentemente do nome do estado, Bahia.
   Quando falamos sobre as cidades brasileiras, também há alguns casos curiosos, como o de Salvador, capital da Bahia, que apresenta as formas salvadorense ou soteropolitano, junção de duas palavras gregas: “sotérion” (salvação) e “polis” (cidade). Em São Luís, no Maranhão, podem ser usados os termos são-luisiense ou ludovicense. E um habitante de Natal, além de ser potiguar, é natalense ou papa-jerimum (jerimum, para quem não sabe, é o nome dado à abóbora em vários estados nordestinos).
   Como esse é um assunto que sempre desperta curiosidade, com certeza voltaremos a abordá-lo em outras colunas, principalmente se você nos enviar suas dúvidas. Mas, em todo caso, vale a dica de sempre: consulte um dicionário ( ou pergunte para aquele seu amigo que veio de lá). Até a próxima terá! ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. * Encaminhe suas dúvidas ou sugestões para bemdito14@gmai.com página 5, FOLHA 2, espaço BEM DITO, publicação do jornal FOLHA DE Londrina, terça-feira. 1 de setembro de 2015). 

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