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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

AMAMENTAÇÃO E TRABALHO; PARA DAR CERTO, O COMPROMISSO É DE TODOS.



   Há 24 anos a World Breastfeeding Action (Waba) promove no mundo a Semana do Aleitamento Materno. Sempre pensando num tema de impacto para as políticas públicas, governos, comunidades e organizações, a Waba estimula o desenvolvimento de ações que favoreçam o aumento nos índices no aleitamento materno exclusivo que, de acordo com a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado nos primeiros 6 meses de vida e após o início da alimentação complementar, até 2 anos ou mais, como fundamental para a saúde da criança.
   No Brasil (2009), menos de 70% das crianças mamaram nas primeiras horas de vida, variando de 58,8% em Salvador/BA a 83,3% em São Luís/MA. Nem 50% das crianças são amamentadas exclusivamente até o sexto m|ês de vida em nosso país e, apesar de termos avançado nos índices de aleitamento materno nos últimos anos, há muito ainda a se fazer. A duração mediana do aleitamento materno exclusivo é de 54,1 dias e do aleitamento materno com alimentação  complementar, 341,6 dias.
   O uso da mamadeira e da chupeta, comprovadamente hábitos que levam ao desmame precoce do aleitamento materno, tiveram prevalência de uso de 58,4% e 42,6% respectivamente, no Brasil. Destacam-se os grandes prejuízos dos bicos artificiais ao aleitamento materno e, posteriormente, ao crescimento facial, desenvolvimento muscular, alinhamento dentário e, finalmente às funções a serem realizadas pelas estruturas faciais  - respiração mastigação, fala e deglutição.
   Nessa área, em especial, o fonoaudiólogo tem papel fundamental. Por isso há uma ação preventiva no incentivo, promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno  e desestímulo ao uso de chupeta, mamadeira, sucção de dedo e tantos hábitos orais que podem trazer conseqüências à criança. Quanto mais tempo a criança for amamentada – com fornecimento de informações adequadas para a  mãe, auxílio em suas dificuldades, realização da transição alimentar após o sexto mês de idade com alimentos nas consistências adequadas, estímulos ao amadurecimento muscular e ao crescimento das estruturas orais – melhor  o desenvolvimento do sistema estomatognático   e saúde geral e fonoaudiológica da criança.
   Com relação ao tema da Semana da Amamentação deste ano, os dados da pesquisa de 2009 destacam ainda que as mulheres com maior freqüência  de aleitamento materno exclusivo estão entre as que estavam em licença maternidade no momento da pesquisa.
   Esta informação é de extrema importância, pois apesar da indicação de seis meses  de amamentação exclusiva, nossa legislação trabalhista oferece apenas quatro meses de licença maternidade. No entanto, com apoio familiar, da comunidade, das empresas e das políticas públicas de saúde, é possível manter o aleitamento materno e o trabalho com harmonia, compreensão, flexibilidade, produtividade, lucro, realização profissional  e qualidade. ( CRISTIANE GOMES,  fonoaudióloga , docente do curso de fonoaudiologia  da  Unopar e consultora internacional em amamentação (IBLCE), página 2, espaço ponto de vista, publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo,2 de agosto de 2015).

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