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terça-feira, 11 de agosto de 2015

ALGUNS ERROS QUE (QUASE) TODO MUNDO COMETE.



   Hoje vamos tratar de alguns probleminhas relacionados à norma culta da língua portuguesa que, por diversas razões, acabam confundindo a vida de muita gente. Se você nunca teve nenhuma dúvida a respeito destes casos , parabéns!  Seu nível de conhecimento da língua é muito bom. Mas minha experiência como professor de português me mostrou que muitos brasileiros se atrapalham em um ou outro ponto. Vamos lá!
   MAL E MAU:  Est é uma confusão que existe, na verdade, por causa da letra L em final de palavra. Em praticamente todo nosso país, acabamos pronunciando essa letra como se fosse U:  Escrevemos “SOL”, mas falamos “SÓU”, assim como “MEL” vira “MÈU” e “BRASIL” soa como  “BRASIU”. Até aí nada de mais, é só uma questão de pronúncia (ou sotaque), o problema é quando nos confundimos na hora de escrever também. Para lembrar: MAL é o contrário de BEM, sendo ambos  advérbios ( dormir bem- dormir mal) ou substantivos ( os males da vida, os bens da família). Já MAU  é o oposto de BOM, funcionando como adjetivos ( o bom menino – os maus meninos) ou também substantivos ( os bons – os maus) , Aliás, a melhor dica de não errar é pensar no contrário, pois geralmente não erramos quando usar BEM ou BOM.
   MAS
e MAIS:  Outra confusão que vem da pronúncia, pois temos a tendência de na hora de falar, colocar o I onde não há, como “MÊS’” ( que falamos “MÊIS” ou “PAZ” ( que vira “PAIZ”).  Em todo caso: MAS é uma conjunção adversativa, quer dizer o mesmo que “porém” ou “entretanto” e deve ser usada quando vamos dizer algo contrário ao que foi dito antes ( queria  comprar algo, mas não tenho dinheiro). MAIS, que pode ser pronome ou advérbio, é o contrário de MENOS ( ele leu mais livros que eu). Entendeu? Então não erre MAIS.
   POR QUE, PORQUE, POR QUÊ E PORQUÊ: Praticamente um campeão de dúvidas, afinal,  há  quatro  formas possíveis. Mas, na verdade, é mais fácil do que parece. Primeiramente, as duas formas sem acento: POR QUE, separado, se usa em perguntas ( Por que você chegou atrasado?) e PORQUE, junto, em respostas ou explicações ( Cheguei atrasado porque perdi o ônibus). Na forma POR QUÊ , separada e com acento, a questão não é o POR, mas sim o QUÊ. Esse pronome, quando colocado no final de frase torna-se tônico e, portanto, deve ser acentuado. Ou seja, é tudo uma questão de posição: Se está no começo ou no meio da sentença, não leva o acento ( O que aconteceu? Para que tantos livros? ), mas no final sim ( Aconteceu  o quê?  Está lendo o quê? ). Inclusive essa regra vale para o QUÊ sozinho ou acompanhando outras palavras ( Está rindo por quê? O material é para quê) . E, finalmente, o  PORQUÊ, junto e com acento. Nesse caso, temos um substantivo, que significa “causa” , “razão” ou “motivo”. É fácil reconhecer que devemos usar essa forma, porque é a única das quatro que admite o artigo ( Não sei o porquê dessa confusão) e que tem plural ( Os verdadeiros porquês ainda não apareceram.
   MEIO e MEIA -  Nesse caso, temos que observar o sentido da palavra, pois quando MEIO  significa “metade”, ´w um adjetivo variável, com feminino e plural ( meio limão, meia laranja, meios melões e meias maçãs). A concordância, como você pode perceber, é feita com a palavra que acompanha. Por outro lado, se queremos usar MEIO com o sentido de “mais ou menos”, passa a ser um advérbio, que é invariável, ou seja, fica sempre igual ( ela está meio cansada, nós estamos meio atrasados, etc).
   Existem ainda alguns outros casos que deixam muita gente em dúvida, então voltaremos a esse assunto na semana que vem. Se tiver alguma questão parecida, mande para nosso e-mail . Até a próxima terça. ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL, página 5, espaço BEM DITO, FOLHA 2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, terça-feira, 11 de agosto de 2015).

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