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domingo, 12 de julho de 2015

NO FIM DO ARCO-ÍRIS

    

   Depois de rodar o mundo, o curitibano Vicente Frare voltou a morar na cidade natal, onde escreve e edita guias de viagem.


   Com 8 anos de idade, Vicente Frare conheceu a Disney, mas antes disso já costumava viajar muito com a família. Férias na fazenda do avô, no Mato Grosso, passeios por Foz do Iguaçu e as temporadas na praia. Locomover-se foi um verbo que aprendeu na infância e carrega até hoje, nos mais variados idiomas. Frare fala inglês, francês, italiano, espanhol  e alemão, além de algumas palavras-chave em árabe, do tempo que morou em Dubai.
   Curitibano de nascença e cidadão do mundo por opção. Frare passou 13 anos vivendo no exterior. Começou pela Suíça, onde se formou em Hotelaria, e terminou nos Emirados Árabes, trabalhando como comissário da companhia aérea Emirantes.
   “Consegui convencer meus pais a me  deixarem morar fora”, conta Frare,  na época com 19 anos. Até então, ele cursou dois anos de jornalismo. “Queria ser correspondente internacional, mas vi que seria muito difícil. Com a hotelaria seria mais fácil viajar, explica. Frare morou ainda nos Estados Unidos, em Londres, Berlim, Barcelona e até Maldivas.
   Em 2007, ele decidiu voltar  para Curitiba e, com duas amigas de infância, criou a Pulp, inicialmente uma agência de conteúdo e informações. “Fazíamos relatórios de tendências para as marcas”, lembra. Além da Internet, o trio também se revezava nas viagens pelo mundo para pesquisar o que estava acontecendo. “Era uma desculpa para viajar trabalhando”.
   Viajava com milhas e ficava na casa de amigos “, explica Frare, que desde pequeno sempre teve muitos amigos estrangeiros. “Minha mãe me disse que eu deveria aprender inglês para conquistar o mundo”, conta. Para treinar o idioma, passou a se corresponder com seus pen friends (algo como amigos por correspondência). “E eu queria conhecer o lugar que eles moravam”.
   Já adulto, Frare transformou a curiosidade em um hábito: pesquisar muito sobre os lugares onde desembarcava. “Acabei me transformando na pessoa que tinha as informações”, lembra. Na época em que trabalhou como comissário, enquanto outros membros da tripulação só pensava em ficar no hotel, Frare saía para desbravar os destinos e compartilhava as dicas.
   Munidos de informações interessantes, Frare e as sócias passaram a criar guias de viagem para seus clientes. “Como tínhamos o know-how, decidimos fazer guias. O primeiro foi Viajar com os Filhos,  da Patrícia (Papp)”, conta. O formato diferenciado agradou público e crítica. “Gente bacana veio atrás e lançamos guias com a (apresentadora) Didi Wagner, o  (estilista) Alexandre Herchcovitch e o (artista plástico) Romero Brito”, lista.
   Frare também escreve guias de viagem, o primeiro foi uma compilação de dicas para viajantes no Manual do Viajante, Antes disso, ele dividia as informações em blog. “ Que só fazia sentido enquanto eu morava em Dubai “, lembra. Hoje em dia, Frare alimenta blogs de clientes da agência. Algo que pode fazer em qualquer canto do planeta que tenha conexão à Internet.
   Acabo de passar um mês em Berlim, foi uma experiência para ver como era trabalhar à distância.  Deu  certo”, conta. “Vi que podia, mas não troco Curitiba por outro lugar do mundo.  Aqui  é  meu fim do arco-íris”,  afirma, com a certeza de ter encontrado o pote de ouro. ( KARLA MATIDA – REPORTAGEM LOCAL, FOLHA GENTE, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, domingo, 12 de julho de 2015).

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