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domingo, 14 de junho de 2015

REDES DE SOLIDARIEDADE


Cada vez mais estamos interconectados, interdependentes, globalizados. Prova isto o avanço da telefonia móvel conjugada à Internet, que não só popularizou, mas expandiu enormemente o uso das redes sociais. Com isto, dá-se um rompimento de fronteiras, anulam-se as distâncias, tudo é compartilhado; acontecimentos, opiniões, curiosidades, decisões, fotos, vídeos, cultura, religião, futebol, amores...
   Outro lado desta interdependência é o sistema econômico financeiro.  Basta uma queda mais elevada em uma das grandes Bolsas de Valores, para todo o mundo ser sacudido. Tudo está interligado. A velocidade dos meios de transporte e as modernas formas de comunicação fazem com que os centros  de decisão, produção e distribuição alcancem escalada mundial, praticamente abolindo as separações geográficas. Já não é sem motivo qe tratam o mundo como “aldeia global”.
   Do ponto de vista humanitário, também estamos interligados. Somos todos irmãos, temos uma gênese comum, embora, por motivos vários e interesses diversos,  muitos queiram  negar esta realidade . Na verdade, somos  cada vez mais interdependentes. Todos dependemos dos mesmos  recursos do planeta para nossa sobrevivência. Temos um destino comum.
   Contrariando, porém, a quebra de fronteiras já realizada pelas redes sociais e pela globalização comercial, econômica e financeira, o desafio da imigração sob a ótica do egocentrismo atual tem levado ao fechamento de fronteiras e ao endurecimento das exigências para imigrantes, sobretudo na Europa.
   Nossa Revista O Lutador, desejosa de ajudar na reflexão, e também preocupada com a formação do cristão de hoje, traz como matéria de capa a problemática dos imigrantes. Para além das posições divulgadas na grande mídia, precisamos nos dar conta da posição da Igreja e dos rumos apontados pelo papa Francisco. No dizer de Santo Inácio, é preciso “sentir com a Igreja”. Não raro, muitos cristãos, por falta de conhecimento, assumem posturas contrárias à posição da Igreja, contrárias ao Evangelho. Apesar da boa intenção, caminham na contramão da Igreja e na contramão das opções de Jesus.
   O fenômeno da migração que vemos hoje, nasce da necessidade da busca de dias melhores, da busca de dignidade humana. Trata-se de garantir uma oportunidade para viver, um lar, um emprego, uma vida nova para a família. Os imigrantes não podem ser vistas apenas como “bodes expiatórios”, responsáveis pela causa dos problemas sociais na Europa ou em qualquer outra nação. Há de se tratar essa questão com profunda humanidade. Sabedores do destino comum, é urgente a busca compartilhada da melhor solução para o desafio do momento. Também não podemos continuar assistindo, passivamente, à mote de inúmero imigrantes , que também são explorados por agenciadores que se aproveitam da situação.
   O fechamento, guiado pelo espírito individualista, não vai ser capaz de impedir o fluxo de imigrantes. É preciso construir redes de solidariedade,  redes humanitárias. Somente uma solução mais humanizadora poderá conduzir à real integração entre os povos, culturas e raças. Uma Europa mais fechada será também “mais egoísta, mais pobre, mais fraca, mais velha”. A construção de rede de solidariedade poderá, sim, ser uma ajuda mútua entre os já velhos irmãos ricos da Europa e os   irmãos  pobre  imigrantes.  E Isso é pra começo de conversa. ( TEXTO DO IR. DENILSON MARIANO, SDN  - Editorial da Revista  O LUTADOR, nº 3865, JUNHO/2015).

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