Na frente de uma banca de jornal um homem
para, observa, e diz: só tem notícia ruim! E qual era a manchete principal?
“Polícia Federal desbarata mais uma quadrilha que sugava os cofres públicos”.
Não raro, políticos no exercício do poder também costumam reprovar noticiário
desse porte, sob a alegação de que a imprensa não acentua os fatos positivos. Ora,
saber que a corrupção envolve vários órgãos públicos é notícia ruim. É
decepcionante. Desencanta a população. Mas cada vez que nossos órgãos de fiscalização e repressão descobrem e desbaratam os
sugadores dos cofres público é notícia boa. É positivo.
Pior é saber que a corrupção existe e não
é descoberta por inércia ou, mais grave, sequer é investigada por eventual
subserviência ideológica da autoridade. Isso vale, evidentemente, não só contra
os crimes contra a administração pública. Vale para todas as frentes. Descobrir
e desmontar uma quadrilha de traficantes
é notícia boa. Saber que há pessoas corroídas pelas drogas e outras
tantas que morrem por ações oriundas da ética perversa desse submundo é notícia
ruim.
Ter ciência genérica que alguns agentes
públicos, políticos ou não, renegam os valores morais e usam seu cargo como
balcão para negócios espúrios é notícia ruim. Descobrir seus vilões e
desmascará-los é notícia boa.
A reflexão positiva que emana do contexto
noticiado é que os órgãos encarregados da fiscalização e repressão estão agindo
de forma republicana. É sempre um alento que nos anima e nos fortalece na
incessante luta por uma sociedade melhor e mais justa. Concomitantemente, a veiculação dessas notícias sinaliza no sentido de que a imprensa está cumprindo razoavelmente
sua função social, qual seja a de ser instrumento de o aperfeiçoamento humano
através da informação. Por óbvio, não há que se referendar notícias infundadas, falaciosas, distantes da
verdade e despidas de interesse público
A
imprensa, sobretudo a imprensa investigativa, deve seguir o ideário
máximo que norteia sua atuação , qual seja o da liberdade de expressão, mas com
responsabilidade ética. Assim, aliando-se aos órgãos de fiscalização e de
repressão, mas com responsabilidade ética. Assim, aliando-se aos órgãos de fiscalização e
de repressão, o resultado será altamente
benéfico para o aprimoramento civilizatório.
Com espírito crítico, exercendo na maior
amplitude possível a cidadania voluntariosa, ativa, haveremos todos de aplaudir
as atuações republicanas das polícias Federal, Estadual, do Ministério Público,
do Judiciário e dos demais órgãos de controle. Se as instituições encarregadas
da fiscalização e repressão deixarem de atuar de forma imparcial, transparente
e a imprensa submeter-se a interesses sectários, manipulando ou omitindo=se nas
informações de interesse público, instalar-se-á na sociedade um sentimento de
desconfiança, de descrédito, e de conseqüência propiciará terreno fértil para a
instabilidade social.
Escrita por ANTÕNIO WINKERT SOUSA. Publicado no JORNAL DE LONDRINA, domingo, 27 de Julho de 2014.
Escrita por ANTÕNIO WINKERT SOUSA. Publicado no JORNAL DE LONDRINA, domingo, 27 de Julho de 2014.