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sábado, 15 de setembro de 2018

O ALVORECER DE UMA NOVA IGREJA



   Apesar das turbulências que perturbam a paz, a ponto de muitos se declararem descrentes de um poder superior e de ritos e pregações de igrejas dominantes, a humanidade veio evoluindo na busca de caminhos da espiritualidade – que não significa o mesmo que religiosidade, porque esta se estriba na obediência a dogmas eclesiais e aquela é um estado de comunhão com Deus. A tendência é que os fieis passem a buscar também fora de seus sistemas de crenças as respostas para as dúvidas que muitas vezes seus pregadores não lhes sabem dar. A escrituras resultam em múltiplas interpretações, por isso muitos incursionam também pelo campo de outras revelações, hoje bastante disseminadas porque lotam as livrarias e as infovias. Serão então esses buscadores que reformularão fundamentos de suas próprias igrejas, porque também a iluminação divina opera na disseminação de novos entendimentos. 
   O papa Francisco, notável pela preocupação com a conduta de seu corpo sacerdotal e de posturas radicais, vem realizando um fecundo trabalho de conscientização, e é apenas o que ele pode fazer por enquanto, e assim mesmo encontrando resistência de parte de cardeais e de certos padres jovens. Diz-se por enquanto porque ele não ousou ainda incursionar por caminhos proibitivos pelos hierarcas da igreja e pela maioria dos fieis. A mudança será lenta e gradual. As igrejas dominantes já foram piores. Rememore-se a inquisição e as “guerras santas”, hoje inaceitáveis. 
   Outro tema que passa distante são os fundamentos das igrejas organizadas que não aceitam a existência de outros mundos habitados por seres semelhantes a nós, mais evoluídos ou menos evoluídos, porém igualmente humanos. E tabu maior ainda é a lei das oportunidades de redenção que a misericórdia divina nos concede, que é a das vivências sucessivas em diferentes corpos, com vindas e idas e assim quantas vezes forem necessárias, aí incluindo a transmigração para outras dimensões além de nosso planeta. Nos lembremos do que revelou Jesus que “na casa do Pai há muitas moradas”, e sobre isto as igrejas nada falam. O catolicismo dos primórdios cultuava o dogma dos retornos pelo renascimento. Mas depois, decretos de fora da igreja mudaram isto, e tal dificultou o entendimento dos cristãos acerca de certos fenômenos da vida humana aparentemente inexplicáveis. 
   De muitas coisas as igrejas dominantes ocultaram registros, e os Concílios de Trento e Niceia reduziram a quase nada os ensinamentos das verdades transcendentais, emanadas do próprio Jesus. Esse não alcance pleno das verdades eternas ainda persiste nas três grandes religiões, porque muitos escritos foram modificados ou destruídos. Houve por isso um retardo nos passos da evolução espiritual dos fieis, que foram convertidos mais em adoradores e ignoraram o poder divino em si próprios, por isso sofredores e com incertezas. Creia quem quiser e como quiser, mas imagino que no plano onde se encontra, Jesus está desgostoso com isso... porque os homens não entenderam por inteiro o sentido de muitas de suas palavras. (FONTE: Crônica escrita por WALMOR MACCARINI, jornalista, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, 15 e 16 de setembro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA. *Os artigos devem conter os dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinao@folhadelondrina.com.br).


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