A última pesquisa eleitoral Datafolha, divulgada na última segunda-feira (10) mostram resultados que contrariam as expectativas em relação ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), depois daquele incidente em Juiz de Fora, na última quinta-feira (6), quando o candidato foi vítima de uma facada.
Imediatamente após a ocorrência, muitos imaginavam que o candidato teria uma margem de preferência muito maior que os 24% apontados na pesquisa, que significam apenas 2 pontos percentuais a mais do que o último resultado que mostrava Bolsonaro com 22% das preferências. O candidato oscilou rigorosamente dentro dos 2% calculados como margem de erro, sem obter um ganho relevante.
Em segundo lugar, Ciro Gomes (PDT) obteve 13%, seguido de Marina Silva (Rede) com 11%; Geraldo Alckmin (PSDB) com 10% e Fernando Haddad (PT) com 9%. Abaixo desse patamar incluem-se os outros candidatos com números rarefeitos – que vão de 3 a 0% - para disputar uma campanha eleitoral visando a presidência da República, sem contar os votos dos indecisos.
A pesquisa Datafolha foi o primeiro levantamento desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva (PT) que continua preso em Curitiba, condenado a mais de 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro.
Nesta quarta-feira (11), o PT anunciou oficialmente a substituição de Lula por Haddad pondo fim a um capítulo apontado por muitos como uma pedra no caminho dos partidos de esquerda e centro-esquerda no Brasil. Para alguns, a incerteza fazia com que os eleitores também oscilassem ainda mais.
Quanto a Bolsonaro, uma pesquisa anterior, feita pela XP/Ipespe, realizada entre 5 a 8 de setembro, chegou a apontar o candidato com 30% da preferência, abrindo cerca de 10 pontos percentuais em relação à performance antes do incidente em Juiz de Fora .Se num primeiro momento a condição de vítima de um atentado parecia favorecer o candidato , esse prognóstico, que chegou a ser considerado por alguns analistas apenas um afago dirigido ao mercado, murchou com a nova pesquisa Datafolha que mostrou um cenário pouco diferente do que já se conhecia.
O fato é que estas eleições seguem marcadas por circunstâncias graves – com um potencial candidato preso e outro gravemente ferido – sem contar os escândalos que aqui e ali abatem quase todos os partidos, desde que começou a Operação Lava Jato.
Num cenário ainda confuso, a 25 dias das eleições, nenhum candidato a presidente parece ter fôlego suficiente para ser eleito num primeiro turno. E, com a possibilidade quase certa de um segundo turno, ninguém imagina qual será o resultado que segue nebuloso, num tipo de pleito no qual nem mesmo a invocação de um vidente pode garantir ao Brasil quem será o próximo presidente. (FONTE: Página 2, FOLHA OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br quarta-feira, 12 de setembro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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