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terça-feira, 24 de outubro de 2017

VOLTA DA CAMPANHA SEM FOME É UM ALERTA


   Dez anos após a última edição do Natal Sem Fome, a ONG Ação da Cidadania retomou a campanha criada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, em 1993. Os voluntários da ONG, em todo o país, começam a arrecadar alimentos que serão distribuídos, em dezembro, para famílias carentes. A campanha havia sido encerrada em 2007, quando o Brasil saiu do mapa da pobreza. Hoje, diante do cenário de desemprego, ela é retomada até mesmo como uma forma simbólica, pois liga o sinal de alerta e chama a atenção para a situação difícil de muitas pessoas que hoje sobrevivem contando com a solidariedade. A ONU (Organização das Nações Unidas) já havia feito um alerta no mês passado. Após um declínio constante por mais de uma década, a fome voltou a crescer no mundo, como consequência de conflitos e mudanças climáticas. Com dados de 2016, a organização mostrou que a fome afetou 815 milhões de pessoas ou 11% da população global. Os dados fazem parte de um documento sobre segurança alimentar, lançado anualmente pela organização. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, são 7 milhões de pessoas nessa situação. Na edição da última segunda-feira (23),a FOLHA ouviu famílias de Londrina que viviam abaixo do limite econômico. No município, 17 são 17 mil famílias cadastradas no programa Bolsa Família, que beneficia aqueles que têm renda per capita de até R$ 85,00, enquanto que no Paraná são 354.814 famílias cadastradas no programa do governo federal. Se a ONU tem como meta erradicar a fome no mundo até 2030, é preocupante ver que os números indicando que estamos andando para trás. A solidariedade é importante, mas é preciso projetos que considerem as múltiplas razões para a pobreza extrema, como a desigualdade de renda. (FONTE: OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 24 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

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