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sexta-feira, 14 de julho de 2017

VITÓRIA DA VELHA POLÍTICA


   A manobra cumpriu seu objetivo. A base aliada do presidente Michel Temer se movimentou e conseguiu vitória na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, derrubando, por 40 votos contra 25 votos, o primeiro relatório de Sergio Zveiter, do PMDB do Rio de Janeiro. O relatório era favorável ao prosseguimento da denúncia contra Temer no STF (Supremo Tribunal Federal). E aprovando, por 41 a 24 o segundo relatório do deputado federal Paulo Abi-Ackel, do PSDB de Minas Gerais, pedindo o arquivamento da denúncia. Desde o dia 26 de junho, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a denúncia contra Temer por corrupção passiva, os partidos governistas fizeram 20 substituições de deputados titulares e suplentes da CCJ, garantindo votos favoráveis ao peemedebista. Foi uma luta contra o tempo e contra a pressão popular. Para os oposicionistas, caso a composição inicial da CCJ fosse mantida, a maioria dos integrantes votaria pela admissibilidade do processo no Senado. E já pensando na votação em plenário, os quatro partidos da base – PMDB, PP, PR e PSDB – fecharam apoio à derrubada da denúncia, determinando que os 185 deputados de suas bancadas votem a favor do presidente – número que seria suficiente para barrar a abertura de um processo criminal. Temer passou a ser investigado a partir das delações premiadas do dono da JBS, Joesley Batista. A CCJ deu vitória a Temer nessa quinta-feira (13), mas agora a base aliada do governo tem uma batalha maior no plenário da Câmara. É plenário quem vai decidir sobre o prosseguimento do julgamento na Corte superior. Desde que a Lava Jato nasceu, três anos atrás, o brasileiro vem pedindo por mais ética e transparência na gestão pública. Mas o que se vê é a condução da velha política, com o uso da manobra e do toma lá dá cá. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 14 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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