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sexta-feira, 7 de julho de 2017

SERIA O FIM DA LAVA JATO?


   No momento em que a Operação Lava Jato, maior caso de combate à corrupção na história do Brasil, avança e atinge cada vez mais partidos políticos, a PF (Polícia Federal) anuncia oficialmente o desmembramento da força-tarefa formada por delegados e agentes que atuam exclusivamente nos trabalhos da operação, na cidade de Curitiba. Eles passam, agora, a investigar outros casos na Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvios de Verbas Públicas). No início da operação, há três anos, a equipe chegou a contar com nove delegados, número que caiu para quatro, em maio deste ano. Cada um possuía 20 inquéritos. Agora, a carga de trabalho será distribuída entre outros policiais da Delecor. Difícil não relacionar a mudança com os cortes anunciados pela PF como parte do contingenciamento orçamentário promovido pelo governo Temer no começo do ano. 
   Em nota, a PF negou que o decisão tenha motivações políticas ou orçamentárias e que a sobrecarga de trabalho dos policiais diminuirá com a mudança. A Polícia Federal tinha restringido a emissão de passaportes, como forma de economizar, e agora desmancha a força-tarefa da Lava Jato. Na quarta-feira (5), foi a vez da Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciar que vai reduzir a fiscalização nas estradas. Embora a direção da corporação ressalte que as investigações no âmbito da Lava Jato e da JBS não serão prejudicadas, é claro que a dedicação de um grupo exclusivo para a tarefa faz muita diferença. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que faz parte da força-tarefa do Ministério Público Federal se pronunciou ontem mesmo e criticou a medida. A Lava Jato colocou na mira políticos e empresários poderosos. Não é um momento fácil para o Brasil e o perigo de que as investigações sejam comprometidas é real. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 7 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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