Páginas

sábado, 10 de junho de 2017

RESGATE, SÓ COM REFORMA POLÍTICA


   Como já era previsto, o julgamento da chapa Dilma Rousseff –Michael Temer terminou 4 a 3, com o voto de Minerva do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes. A surpresa seria o contrário, pois a posição de Gilmar Mendes ficou clara desde o início do julgamento, na última terça-feira, quando ele travou um longo duelo com o relator do processo de cassação da chapa, ministro Herman Benjamin. O resultado final absolveu Dilma e Temer da acusação de abuso de poder político e econômico durante a campanha presidencial de 2014. Se a decisão fosse contrária, Temer perderia o cargo de presidente da República, e tanto ele quanto Dilma ficariam inelegíveis por oito anos. A defesa de Temer seguiu pelo caminho da diferenciação de sua campanha da de sua companheira de chapa, justificando que não estava envolvida nos delitos que são atribuídos ao PT. Por outro lado, o relator tentava provar que realmente houve dinheiro ilícito na campanha. A exclusão dos depoimentos dos delatores da Odebrecht como prova do processo foi o que mais pesou no placar. Desconsiderando os depoimentos dos empreiteiros, o cenário já estava desenhado desde a quinta-feira (8). Venceu a chamada “decisão técnica”, mas está cada vez mais difícil o presidente resgatar a sua credibilidade. O resultado dor julgamento pode dar um fôlego para que o Planalto emplaque as reformas necessárias para fazer o País caminhar, porém não é mais possível o presidente recuperar a confiança dos brasileiros. Mesmo que ignorados pelo TSE, as revelações bombásticas da Odebrecht e agora da JBS – deixa evidente a urgência de uma reforma política profunda. Não é possível continuar com o mesmo modelo de financiamento de campanhas eleitorais, responsável por alimentar um esquema de corrupção monstruoso e acabando por contaminar todo o processo político. Como disse o ministro Luiz Fux, “até as pedras sabem que o ambiente político hoje está severamente contaminado. E a hora do resgate é agora”. (OPINIÃO, página 2, 10 e 11 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário