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sábado, 17 de junho de 2017

PREPARADOS PARA ACOLHER


   Às vésperas do Dia do Refugiado, na próxima terça-feira (20) de junho, um boato se espalhou pelas redes sociais brasileiras com a informação de que em Julho chegariam por aqui 13 navios da Europa com 1,8 milhão de refugiados muçulmanos. Não é verdade e tudo indica que a brincadeira de mau gosto começou a ser compartilhada por grupos que se opõem à nova Lei da Migração, sancionada recentemente pelo presidente Michel Temer. A nova legislação que substitui o Estatuto do Estrangeiro, em vigor desde 1980, traz algumas novidades. Entre elas, estabelece diretrizes para as políticas públicas voltadas para os estrangeiros. É grande o número de pessoas que fogem anualmente de seus países de origem e os motivos já são conhecidos: crises humanitárias, violência, guerras, conflitos e pobreza. É importante que a nova lei aprovada no Brasil venha ajudar o País a repudiar o preconceito contra o estrangeiro e trabalhar para conscientizar a população como receber bem as pessoas que buscam no Brasil melhores condições de vida. Em reportagem, neste fim de semana, a FOLHA mostra o trabalho realizado pela Cáritas Diocesana, entidade ligada à Igreja Católica e responsável por acolher e orientar pessoas que migram para o Brasil. Segundo a Cáritas, no ano passado, pelo menos 1.500 imigrantes e refugiados chegaram à região de Londrina. Conforme a organização, foi o maior número de atendimentos realizados em apenas um ano. O número indica que o interior do Paraná está se consolidando como destino para essas populações. Há pelo menos 2.000 migrantes vivendo na região. Haitianos são a maioria, mas o Norte do Estado também recebeu sírios e bengaleses. Este ano, uma nova onda migratória começou pelo Norte do País. São venezuelanos que, cada vez em maior número, pedem refúgio. É preciso promover uma acolhida humanitária, que ajude os refugiados a aprenderem o novo idioma, reunir-se com seus familiares e facilitar o acesso ao mercado de trabalho. O movimento migratório é um fenômeno que não vai diminuir tão cedo. Portanto, é preciso que a sociedade esteja preparada para acolher. (OPINIÃO, página 2, 17 e 18 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA EE LONDRINA).

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