A IMPORTÂNCIA DAS DOAÇÕES DE SANGUE

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 1,8% da população doa sangue com regularidade. Embora o percentual esteja praticamente dentro do preconizado pela OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), que é de 2%, os estoques estão sempre no limite. 

   Um dos problemas é a sazonalidade. Nesta época do ano, principalmente, o número de doadores cai devido às condições climáticas, feriados e férias escolares. Daí a grande importância das mobilizações. 

    Nesta semana, em que é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue (14 de junho), o Ministério da Saúde lançou uma campanha para reforçar a importância do ato, incentivar a doação regular e convocar novos voluntários. 

   Em Londrina, a 3ª Quinzena Municipal de Conscientização à Doação de Sangue, realizada pelo Hemocentro Regional do Hospital Universitário (HU), terminou nesse dia 15, com uma intensa programação. Os organizadores dizem que em 2015, quando houve a primeira edição, as doações aumentaram 25%. 

   Além da falta de conscientização individual do brasileiro, o aumento no índice de doadores esbarra nos mitos (muitos acreditam que vão contrair alguma doença infecciosa durante a coleta) e na herança cultural (como o Brasil não passou por grandes guerras ou catástrofes naturais, a sociedade ainda não compreende a real importância do ato). 

   Algumas normas polêmicas também são entraves, a exemplo da portaria 158/2016, do Ministério da Saúde, que proíbe a doação de sangue por homossexuais masculinos que tenham mantido relações sexuais nos últimos 12 meses. 

   Também preocupam as deficiências estruturais, tanto para manter a eficiência do sangue como para agilizar a coleta. No Hemocentro Regional de Londrina do HU, por exemplo, a unidade móvel está parada há mais de um ano por problema de logística e falta de servidores. A unidade percorria o município em busca de doadores que não tinham condições de ir ao Hemocentro, O poder público precisa incentivar a doação, mas é fundamental também que dê o exemplo e faça a sua parte. (OPINIAO, página 2, sexta-feira, 16 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).