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segunda-feira, 8 de maio de 2017

TODOS PODEM FISCALIZAR OS GASTOS PÚBLICOS


   A Operação Lava Jato, que revelou o maior esquema de corrupção do Brasil e está ajudando a passar o País a limpo, também é responsável por outras conquistas. Uma delas é ajudar a plantar nos cidadãos brasileiros o sentimento de que cada pessoa tem um papel a cumprir na tarefa de construir uma sociedade mais ética e menos corrupta. Uma prova disso é que os voluntários do controle social estão se multiplicando pelo País. O Observatório Social do Brasil (OSB), maior entidade realizadora deste trabalho, recebeu dois mil contatos em 2016, número superior a média nos últimos 10 anos. Hoje, a rede tem três mil voluntários. Em 2013, havia 60 observatórios sociais no País. Três anos depois, o número passou a 120. Outras 340 cidades estão em fase de consolidação. O Paraná, sede da força-tarefa da Lava jato, é o estado com o maior número de observatórios sociais: são 33, além de outros em estágio de formalização. Santa Catarina aparece em segundo lugar, com 19. E pela estima da OSB, pelo menos R$ 300 milhões podem estar sendo economizado por um ano com a ajuda desses voluntários. O trabalho é relativamente simples diante da importância que representa. Os membros dos observatórios gastam cerca de duas horas por semana para checar as publicações oficiais de órgãos públicos. Se algum valor chama atenção por ser muito alto, pode ser sinal de algum erro ou até mesmo de má-fé. Quem se interessar pelo assunto tem uma chance, esta semana, de fazer parte do movimento. O OSB promove um congresso em Curitiba para formalizar pactos pelo Brasil. Entre os palestrantes estão o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato. Diariamente, o povo é apresentado a novos esquemas de corrupção em todos os níveis. A mudança desta realidade não virá da classe política. Mas da indignação da população e de ações como a dos observatórios. Todo mundo pode fiscalizar e acompanhar o destino que os governantes dão ao dinheiro público. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 8 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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