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sexta-feira, 12 de maio de 2017

SOMOS TODOS IGUAIS


   A busca pela igualdade entre negros e brancos no Brasil antecede a data da abolição da escravatura, que completa 129 anos neste 13 de maio. Porém, essa tal igualdade nunca foi realmente alcançada. Exemplo disso é a pesquisa Desenvolvimento Humano para além das Médias, realizada por organismo da ONU, o PNUD, no Brasil, em parceria com o Ipea e fundação João Pinheiro, divulgada na quarta-feira (10) e apresentada em reportagem da FOLHA na edição de quinta-feira (11). O estudo aponta para um atraso de 10 anos em termos de desenvolvimento humano para a população negra quando comparada aos brancos no País. 
   Segundo o estudo que teve por base o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), realizado em 11 municípios dos 37 Estados, enquanto os negros chegaram a um índice de 0,679 de evolução em 2010, a raça branca já tinha atingido 0,675 em 2000, além de 0,777 na década seguinte. O IDHM, segundo explicação disponibilizada na internet pelo PNDU, é uma medida composta de indicadores de três dimensões de desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais o desenvolvimento humano. 
   Baixo desenvolvimento nada mais é que a falta ou restrição de direitos, falta de oportunidade que essa população vem sofrendo desde a existência da humanidade. E como coloca um dos coordenadores do estudo, oportunidades desiguais não é bom para o Brasil como um todo. “Significa que parcelas da população vivem com menos escolaridade, esperança de vida e renda.” Estendendo sua afirmação, não é bom para o mundo como um todo, já que esse tipo de desigualdade não ocorre apenas aqui. 
   Ainda como analisa a promotora do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial do Ministério Público (MP) do Paraná: “Os negros sofreram violação graves de direitos na época da escravidão e, após seu término, não houve qualquer política pública que reparasse os danos até então causados. Essa razão histórica interfere na situação da população negra até hoje.” 
   E o que entristece – e por que não, nos envergonha – é que a única diferença entre uma pessoa negra e um branco é o tom da pele. A composição fisiológica do ser humano não diferencia ninguém, todos seriam iguais se tivessem as mesmas condições. Enquanto isso, a população negra e seus dependentes, sem baixar a luta, vão se adaptando ao meio aprendendo a lidar, a conviver com o racismo, mostrando que são iguais. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 12 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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