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sábado, 6 de maio de 2017

DE MUDANÇA PARA O INTERIOR


   O consumo está se interiorizando no Brasil e a qualidade de vida fora das capitais é uma das principais razões para a mudança do endereço do dinheiro. O estudo IPC Maps, realizado pela IPC Marketing Editora, com base em indicadores oficiais, mostra que em 1994, as capitais sozinhas respondiam por 40% do total de bens e serviços comercializados em território nacional. Hoje, não concentram nem 30%. O levantamento mais recente, divulgado nesta semana, mostra que o consumo nas cidades do interior alcançará 70,15% do total em 2017. Um ano antes, este percentual era de 70%. Os brasileiros vão consumir este ano cerca de R$ 4,2 trilhões, um aumento real de 0,42% (R$ 300 bilhões) a mais que em 2016. Desse total, R$ 2,9 trilhões serão gastos no interior. E a pesquisa mostra ainda que as despesas com a manutenção da casa representam cerca de um quarto dos itens comprados. O Paraná segue este cenário. O consumo em Curitiba representou 21,52% do total estadual no ano passado. E irá representar, segundo estima o IPC Maps, 21,12% em 2017. Entre os 10 municípios paranaenses que têm o maior consumo, somente Cascavel e Ponta Grossa, além da capital, perderam participação no bolo. Juntos, eles terão um consumo de R$ 129,7 bilhões, quase 49% do total. Londrina fica com a segunda maior parte: 5,63% do total do Estado. Com R$ 15,15 bilhões, está no 36º lugar do ranking nacional. A cidade teve 3,30% de aumento de participação no Paraná, Maringá vem em terceiro lugar, com R$ 13,74 bilhões (5,11% do Estado). Seu ganho de participação foi de 5,36%. O Paraná contará com R$ 268,822 bilhões, ou 6,39% do total brasileiro. São Paulo (27,32%), Minas Gerais (10,20%), Rio de Janeiro (9,18%) e Rio Grande do Sul 6,79%) vêm na frente na lista. O fato das empresas estarem fugindo do alto custo de vida nas capitais e se instalando no interior é uma das explicações para a interiorização do consumo. Mass no Paraná, o agronegócio também contribui para desconcentração econômica. Se o consumo está de mudança para o interior, é preciso também que outros setores voltem mais atenção para as necessidades da população que vive fora das capitais, melhorando a infraestrutura de transporte, saúde e outros serviços essenciais. (OPINIÃO, página 2, 6 e 7 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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