TRÊS DIFÍCIES MESES

   Passados 100 dias desde a posse dos prefeitos eleitos e reeleitos, uma preocupação é comum entre os administradores municipais: de onde tirar recursos financeiros para pagar as contas dos municípios. Na Região Metropolitana de Londrina, prefeitos ouvidos pela FOLHA DE LONDRINA em reportagem desta segunda (17) assumem abertamente a necessidade de adotar medidas impopulares ainda neste primeiro ano do mandato para incrementar a arrecadação municipal. A estratégia principal é revisar a Planta Genérica de Valores, que serve de base para a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Esse imposto é uma das mais importantes fontes de recursos livre para os municípios menos industrializados. A boa notícia é que pelo menos a maioria dos gestores entrevistados pela reportagem projeta fechamento das contas em equilíbrio no exercício 2017. Mas não deverá sobrar dinheiro para investimentos. Lembrando que o quadrimestre inicial é o melhor momento para os cofres públicos, quando são recolhidos os tributos mais expressivos. Os outros oito meses são mais preocupantes. É preciso saber equilibrar os gastos. Principalmente porque o cenário econômico nacional ainda mostra melhora muito tímida e os repasses constitucionais, como o Fundo de Participação dos Municípios, são vinculados à movimentação econômica. Conforme a FOLHA apurou, a defasagem nos valores do IPTU é o argumento mais apontado nas cidades de todos os portes para reajustar o imposto. Os gestores municipais sabem que a medida é impopular, mas dizem que é a “lei da sobrevivência”. A correção precisa ser aprovada este ano para valer em 2018. Se a planta de valores está desatualizada, é certo que seja revisada. Mas a conta não deve ficar só para o bolso do contribuinte, que sofre com péssimos serviços públicos mesmo morando em um país com a maior carga tributária. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 17 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA.