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quinta-feira, 13 de abril de 2017

PELLEGRINI VOLTA À FOLHA

Domingos Pellegrini: "Espero levar aos leitores não apenas opiniões pessoais, mas principalmente visões emocionais

   Neste fim de semana, Domingos Pellegrini estreia uma seção na Folha de Londrina sobre a qual ele fala em entrevista

   Ele pode ser chamado de alguém ”de casa” , alguém muito próximo da Folha de Londrina, ainda que tenha passado por tantos outros veículos ao longo de sua carreira. Autor de 30 livros e colecionador do prêmio Jabuti – tem seis em casa com os quais brinca como se fossem “da família” – publicou poemas, contos, romances e agora reestreia como cronista na Folha na seção que se chama apropriadamente “Aos Domingos Pellegrini”, que será publicada nos fins de semana. 
   Entre outros temas, ele vai contar histórias da chácara onde mora, retomando assuntos pautados por sua experiência de conexão do meio urbano com o rural. Afinal, ele foi um dos primeiros repórteres que se dedicaram ao campo na Folha de Londrina, tendo testemunhado nos anos 70, o nascimento do Iapar. Mas sua presença no jornal vem de 1969 quando, pela primeira vez, pisou na redação que agora reencontra remodelada pelo tempo, num hiato de décadas. 
   Conhecido por suscitar polêmicas, como a que se deu com a publicação de uma biografia não autorizada de Paulo Leminski em 2015 – “Minhas Lembranças de Leminski” (Geração Editorial) – ele também guarda um olhar tranquilo sobre os fatos e aposta na “visão emocional do autor” para retomar as crônicas. A título de degustação antecipamos que Pellegrini volta à Folha na Páscoa com as ternas lembranças de quem na infância viveu nos quintais, de olhos nas árvores, frutas e passarinhos. 
   No mais, fica a expectativa de ter de volta um grande autor na seção dedicadas a quem tem olhos para encontrar a poesia no meio do noticiário nem sempre pacífico. 
   Segue uma entrevista de Domingos Pellegrini à Folha 2.

   Você volta a escrever para a Folha de Londrina neste fim de semana. Quantas vezes já escreveu para o jornal e em quais períodos? 
   Comecei a vida profissional na Folha de Londrina, em setembro de 1969, e fiquei até agosto de 1971, depois noutro período de novembro de 1973 a outubro de 1974. Tive a graça de cobrir o nascimento do Iapar, como primeiro repórter agrícola da Folha por opção pessoal, daí mudando visão de mundo e de modo de vida, conhecendo a agricultura quando ainda nem sonhava em se chamar agronegócio mas já se pautava por qualidade e produtividade, valores que incorporei. No começo da década de 90, redigi a página “Aos Domingos Pellegrini”, que agora volta espero que bem melhor.

   Quais são as expectativas para esse retorno?
   Espero ter amadurecido, para levar aos leitores não apenas opiniões pessoais, mas principalmente visões emocionais, pois a missão do escritor é ver não apenas ver com olhos mas também com o coração

Você escolheu, como um dos temas de suas crônicas, a vida na sua chácara. Por quê?
   Vou escrever sobre a vida na chácara, entre outros assuntos, pois as chácaras são ambiente suburbano, entre campo e cidade, portanto na memória afetiva da maioria da população, que veio do campo para a cidade no último meio século. Mesmo quem não tem vontade de morar em chácara, sente atração ancestral pela terra, pelas plantas e animais e suas revelações e conexões com a gente

   Como você vê o jornalismo hoje em comparação com o passado?
   O jornalismo, como sempre, navega entre o mar da liberdade e o porto da responsabilidade, e isso nunca mudará. Agora, por exemplo, cogita-se do repórter postar sua reportagem direto no site do jornal, sem passar por editoria. Tamanha liberdade, claro, só terá sucesso se acompanhada de responsabilidade de igual tamanho... Não há viagem sem mar nem porto. ( CÉLIA MUSILLI – Reportagem Local, caderno FOLHA 2, quinta-feira. 13 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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