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domingo, 23 de abril de 2017

CIENTISTA BRASILEIRA ESTÁ ENTRE MAIS INFLUENTES DA 'TIME'


Celina Turchi, que também entrou na lista da revista 'Nature' de cientistas mais influentes 

   Celina Turchi foi reconhecida pela associação entre o vírus da zika e o surto de microcefalia
   A epidemiologista brasileira Celina Turchi está entre as cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista “Time”. Na lista, só há dois brasileiros: Turchi e Neymar, jogador do Barcelona e da seleção brasileira. A escolha se deve ao trabalho da cientista na associação entre microcefalia e o vírus da zika. 
   Em dezembro de 2016, pelo mesmo motivo, Turchi entrou na lista, produzia pela revista científica “Nature”, dos dez cientistas mais influentes do mundo. Ela era a única brasileira naquela seleção. 
   Segundo a revista “Time”, após a epidemiologista percebeu que algo estava errado com seus pequenos pacientes com microcefalia e, “contra o relógio e perdendo refeições e noites de sono”, buscou entender o que estava acontecendo. 
   “Ela entendeu que se tratava de uma crise global que exigiria também uma colaboração global. Por isso, ela buscou contato com especialistas ao redor do mundo, facilitou o trabalho deles e a colaboração com o Brasil. Além disso, compartilhou abertamente o que ela e seus colegas estavam descobrindo, assim o mundo todo poderia aprender sobre essa ameaça sem precedentes”, diz a revista. 
   “Turchi é apaixonada, determinada e é modelo do tipo de liderança global e colaboração necessários para proteção da saúde humana”, afirma a revista. 
   O perfil de Turchi para a “Time” foi escrito por Thomas Frieden, ex-diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA), que deixou o cargo em janeiro deste ano. 
   HISTÓRICO 
   Médica pela Universidade Federal de Goiás, mestre em epidemiologia pela London School of Hygiene & Tropcial Medicine e doutora pela departamento de medicina preventiva da Universidade de São Paulo, a brasileira Celina Turchi já desenvolveu pesquisas em diversas instituições nacionais e internacionais. 
   Com experiência na área de epidemiologia de doenças infecciosas, atualmente Turchi atua como pesquisadora no Contre de Pesquisa Aggeu Magalhães – Fiocruz no Estado de Pernambuco. 
   À época em que entrou no ranking da revista científica inglesa “Nature”, Turchi falou sobre a velocidade com que se deu a associação entre o vírus da zika e o surto da microcefalia. 
   “É um novo capítulo da Medicina quando pensamos que em menos de um ano levantamos a hipótese e conseguimos estabelecer o vínculo de associação entre infecção congênita e a doença”, disse Turchi à agência de notícias Lusa. 
   Ela se lamentava, contudo, pelo atraso ao atendimento na saúde pública. “Do ponto de vista das ações e aporte de recursos, ainda não temos a preparação suficiente para respostas imediatas” disse a cientista. (DE SÃO PAULO, página B7, SAÚDE + CIÊNCIA, sexta-feira, 17 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE S.PAULO).

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